O fascismo regressou em força
Pior do que a dimensão do partido fascista é a ideologia que ultrapassa os limites de um partido que fez do ódio ideologia e da mentira método.
Cinquenta e um anos depois da ditadura, o esquecimento deu
origem ao branqueamento e a ausência de julgamento à absolvição. Os que mais sofreram
já levaram a memória do atraso do País e do sofrimento do povo. Até a guerra
colonial, criminosa e inútil, passou a luta patriótica. Da miséria, repressão, censura
e perseguições ninguém parece lembrar-se. É esta amnésia coletiva que está a
precipitar-nos no abismo.
Quando os valores éticos e humanistas se perdem tudo pode
ser possível, mas quando a ausência de empatia e humanismo ultrapassa os
limites do partido fascista, é a dúvida sobre a sobrevivência da civilização
que se instala.
Vem isto a propósito da frase mais violenta e amoral que vi proferida,
uma frase acerca do genocídio que prossegue em Gaza, um crime hediondo: “Nem
assim o Hamas desiste de destruir Israel”.
Quando esta frase é proferida por um médico, antigo
Bastonário e atual presidente da Câmara de Coimbra, fico a pensar até onde pode
ir a insensibilidade e o carácter amoral dos cidadãos que não têm formação
cultural. Só esperava tamanho despautério de um execrável sionista. E não
acredito que o PSD lhe retire a confiança.
Imagino os eleitores a votarem neste cidadão sem lhes tremer a mão!

Comentários
O que daqui saiu é um pensamento que sempre existiu na sociedade portuguesa, só que, por vergonha, andava comedido dentro da boca de muitos, pois a partir da altura que apareceu um populista sem escrúpulos a apregoar aos sete ventos o que a maioria tinha vergonha de o dizer, veio a terreiro a sociedade moldada cá na choldra. Mas ao qual nunca nenhum democrata quis discutir, mesmo após aquela vergonhosa votação telefónica, seja porque escondidos atrás do telefone disseram o que pensam, seja por ter respostas automáticas montadas numa qualquer central, que considerou Salazar a maior figura nacional no concurso televisivo.