A SPINUMVIVA e a Procuradoria Geral da República
É do conhecimento público que a nebulosa empresa de Montenegro veio para o espaço mediático através de jornalistas e não de adversários do PSD. E foram a ausência de esclarecimentos, as omissões, contradições e sucessivas mudanças de propriedade, só para a mulher, primeiro, depois, para os filhos, que colocaram o PM na situação em que se encontra, sem deixar de receber avenças e de ter ainda aí o seu mealheiro familiar.
A nomeação
do PGR, Amadeu Guerra, um magistrado reformado, que é agora o titular do cargo,
depois dos 70 anos, situação algo insólita, para um mandato que só termina em
2030 e de legalidade controversa, causou surpresa e foi imposição do PM a
Marcelo.
A idade do
PGR, a situação de reforma e a proveniência do Ministério Público, origem a que
se opunha o “Manifesto dos 50”, que pretendia afastar os interesses
corporativos e do Sindicato do cargo, não impediu o PM de impor Amadeu Guerra ao
PR, algo de que este viria a queixar-se posteriormente.
É, pois,
neste contexto que, quando Montenegro estava sob o fogo cerrado dos media e da
oposição, que Amadeu Guerra anuncia publicamente uma “investigação preventiva”,
um instrumento de poderes tão limitados, que respondeu mais ao clamor público
do que a uma investigação efetiva. E porquê o anúncio público?
Para surpresa,
anunciou igual investigação a Pedro Nuno dos Santos, decisão simétrica sobre a
compra de apartamentos, curiosamente já investigada, esclarecida e arquivada. O
que parecia, antes de se saber do arquivamento, uma atitude igual, aliviou a
pressão sobre o líder do PSD e lançou ruído sobre o do PS, influindo em
eleições.
Há dias, o
PGR, interrogado sobre a demora da decisão sobre a investigação preventiva, respondeu
que pode ser “um bom presente de Natal, mesmo que seja antes do Natal”, uma declaração
que foi interpretada como um pré-anúncio de arquivamento, junta com outra sobre
a operação Influencer em que cometeu um lapsus linguae freudiano em que
chamou António Sócrates ao PM alvo, António Costa, lapso prontamente corrigido.
Resumindo,
o arquivamento não elimina as suspeitas sobre a origem das avenças, fugas
fiscais, recusas de esclarecimento e explicações falsas em que o PM se enredou e
que o comprometem. A empresa PM, Mulher & Filhos será sempre uma arma do
Chega para chantagear Montenegro com uma Comissão Parlamentar de Inquérito,
agora que José Luís carneiro desistiu se comprometeu a não a apresentar.
Conclusão: a investigação à SPINUMVIVA tem mãos para a arquivar e pés para andar. Não vai morrer, e o PM continua a enlamear-se e a arrastar consigo o Governo que deu a cara pelos seus negócios, já como PM.

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