O MAL DA DEMOCRACIA CONSISTE NO PERIGO DE OS PIORES DE NÓS PODEREM ELEGER UMA MAIORIA QUE CONDUZ À DITADURA

 

O MAL DA DEMOCRACIA CONSISTE

NO PERIGO DE OS PIORES DE NÓS

PODEREM ELEGER UMA MAIORIA

QUE CONDUZ À DITADURA

Por Onofre Varela

Henry David Thoreau (1817-1862) nasceu e viveu nos EUA e foi escritor, poeta, naturalista, pesquisador, historiador e filósofo. Em 1849 estava a cumprir pena de prisão e escreveu na cadeia o livro de ensaio “A Desobediência Civil”.

Foi condenado a cumprir pena de prisão por ser pacifista radical e ter-se recusado a pagar impostos a um governo autoritário – que fazia uma guerra predatória no México – para não financiar essa guerra contra os mexicanos (que, então, tinham parte do seu território invadido e anexado pelos EUA, como hoje Putin faz na Ucrânia, Netanyahu na Palestina, e que Trump aceita e aplaude).

A sua obra inspirou personalidades que acabaram por ser reconhecidos ao posicionarem-se no lado certo da vida, como: Mahatma Gandhi, Leon Tolstói, Martin Luther King Jr… e até o Movimento hippie da década de 1960 se inspirou nos seus ideais anarquistas.

Muito à frente do seu tempo (o que acontece a muitos dos verdadeiros revolucionários do pensamento), a defesa que Henry David Thoreau fazia do “Direito à Rebeldia” esteve, sempre, ao serviço da luta contra todas as formas de discriminação e abusos do poder.

David Thoreau lutou contra a escravidão nos EUA, a favor dos direitos das mulheres, em defesa do meio-ambiente e contra a discriminação étnica e sexual. Como pacifista radical recusou-se a pagar impostos. Este seu acto extremo que o levou à cadeia, motivou-o a escrever o livro referido (A Desobediência Civil), onde deixa os seus pensamentos para a posteridade.

Como a memória dos homens é curta, e as suas melhores acções tardiamente reconhecidas, os lutadores pelo que é verdadeiramente justo e perfeito só são lembrados postumamente (quando são), e durante a vida passam mal por tentarem fazer (ou dizer) o bem.

Aquilo que constituiria “a cartilha” que historiadores e filósofos deviam impor aos políticos, ainda está por escrever… mas o seu conteúdo já existe. Está disperso por pensamentos dos melhores de nós, como é exemplo esta frase de Henry David Thoreau: «A MASSA NUNCA SE ELEVA AO PADRÃO DO SEU MELHOR MEMBRO; PELO CONTRÁRIO. DEGRADA-SE AO NÍVEL DO PIOR».

Neste seu pensamento está plasmada a totalidade das razões que levam eleitores mal formados a dar vitória aos extremistas desumanos e malvados, que se cobrem com as falsas capas da “fé religiosa e da honestidade”, o que vem acontecendo por todo mundo e também aqui, neste nosso Portugal de “brandos costumes” a dar ares de querer transformar-se em país de “malvados costumes”. 

Quem ouve os extremistas e se acomoda nesta vida tão ingrata com imposições ditadas pelos “piores de nós”, em geral terá o seu momento de arrependimento pelas acções erradas que tomou… mas, entretanto, aqueles em quem os ignorantes (ou esquecidos) da História votaram, vivem melhor… porém, como dizia Leonardo Da Vinci, esses vermes “não passam de meros condutores de comida, não deixando rasto algum da sua passagem pelo mundo, excepto… latrinas cheias”.