A CAP, o ministro e Marcelo
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) averbou uma pesada derrota ao ver arquivada pela Provedoria de Justiça a reclamação contra o ministro da Agricultura, Jaime Silva, que lhe indeferiu as candidaturas às medidas agro-ambientais de 2005.
Para além da crítica do provedor à «falta de rigor do regime jurídico em vigor» aprovado em 2003 por Sevinate Pinto, o arquivamento veio mostrar a razão que assistia ao ministro e coroar a coragem com que resistiu à chantagem de agricultores que, sem plantarem uma couve, se habituaram a chorudos subsídios.
Os sócios da CAP perderam uma batalha mas têm poder político, económico e financeiro para continuar a guerra contra o ministro que os privou dos subsídios a que se habituaram ao longo dos anos, enquanto a agricultura desapareceu.
Curiosa é a apreciação que Marcelo [CE1] Rebelo de Sousa, um árbitro ansioso por entrar em jogo político, faz de Jaime Silva no «almoço do Pabe»: «um desastre, não percebe os agricultores nem as questões políticas e sociais do sector».
Surpreende o arrojo com que Marcelo faz exame ao Governo, depois das reprovações que averbou na Câmara de Lisboa e para primeiro-ministro, perdendo para Jorge Sampaio e, até, para Durão Barroso.
Jorge Silva é um excelente técnico nascido e criado em zona de minifúndio e com notável carreira feita em Bruxelas. Soma a isso a coragem, honestidade e discernimento político.
O julgamento de Marcelo está ao nível da CAP.
[CE1] Expresso, 5-8-06, pág. 4.
Para além da crítica do provedor à «falta de rigor do regime jurídico em vigor» aprovado em 2003 por Sevinate Pinto, o arquivamento veio mostrar a razão que assistia ao ministro e coroar a coragem com que resistiu à chantagem de agricultores que, sem plantarem uma couve, se habituaram a chorudos subsídios.
Os sócios da CAP perderam uma batalha mas têm poder político, económico e financeiro para continuar a guerra contra o ministro que os privou dos subsídios a que se habituaram ao longo dos anos, enquanto a agricultura desapareceu.
Curiosa é a apreciação que Marcelo [CE1] Rebelo de Sousa, um árbitro ansioso por entrar em jogo político, faz de Jaime Silva no «almoço do Pabe»: «um desastre, não percebe os agricultores nem as questões políticas e sociais do sector».
Surpreende o arrojo com que Marcelo faz exame ao Governo, depois das reprovações que averbou na Câmara de Lisboa e para primeiro-ministro, perdendo para Jorge Sampaio e, até, para Durão Barroso.
Jorge Silva é um excelente técnico nascido e criado em zona de minifúndio e com notável carreira feita em Bruxelas. Soma a isso a coragem, honestidade e discernimento político.
O julgamento de Marcelo está ao nível da CAP.
[CE1] Expresso, 5-8-06, pág. 4.
Comentários
É que isto mexe com muitos sectores.
Quem diz vendedores de automóveis, diz negociantes de marisco, mediadores imobiliários no Algarve, indústria hoteleira da Sierra Nevada, importador da Tommy Hillfiger, eu sei lá que mais...
Os agricultores se quisessem produzir não conseguiriam competir com os produtos agrícolas franceses altamente subsidiados, assim mesmo aqueles que quiseram trabalhar viram-se na necessidade de cessar actividade e recorrer ao subsídio.
Agora este governo (e blog) vem dizer que os agricultores portugueses são uns pançudos que nada fazem, pois bem, não foram eles que escolheram a situação, foram os políticos portugueses que a criaram ao vender na UE a nossa agricultura.
Mas esta postura de criar problemas aos agentes económicos e calar esses agentes com dinheiro foi a postura anos seguidos de diversos governos (PSD e PS), agora este governo PS vem insultar esses agentes, pois bem... ...corte os subsídios, mas arrange forma de os produtos portugueses competirem com os franceses e espanóis no mercado - ou pressioa a UE para o fim da PAC, ou pede subsídios iguais para os nossos agricultores.
el s.
Outra coisa são os latifundiários nacionais (protegidos pelos políticos e pelas regras da PAC) que se assumiram descaradamente como chupistas parasitas. Entregam a cultura do azeite aos espanhóis, desprezam produções que são deficitárias e rentáveis, arruinam os montados com a criação extensiva de bovinos, incapaz de competir, a viver do subsídio por cabeça.
Tudo isto apenas surpreende os ingénuos. Mas o que os senhores da CAP querem, com o Martelo à cabeça, começa a ficar murcho.
Agora admiram-se com espanto e parece que descobriram a pólvora de que nem tudo era mau no "ancien" regime.
Tem juizo homem.. ai a idade está afazer das suas...
Mas ninguém está acima da crítica,o prof.Marcelo é um razoável comentador,um prof.brilhante e um político sofrível.
Quem já esqueceu que a única coisa que conseguiu em portugal, foi atrasar a regionalização e o aborto.
Tem dó.
O Marcelo é um:
"...razoável comentador,um prof.brilhante e um político sofrível..."
como professor (não prof.) não posso avaliar pq nunca tive aulas com ele (mas para ter tempo para fazer política, ler carradas de livros que nada tem a ver com o que ensina, ..., pergunto-me como prepara ele as aulas? Ou são as mesmas há 20 anos?).
Como comentador é bom em jurisprudência (pq o seu campo), em política (pq informado por outros) e mau em tudo o resto (economia, medecina. gestão, fogos florestais, ...)
Como político é excelente, consegue estar sempre na ribalta, sobrevivendo a vários líderes no seu partido e prefilando-se como alternativa a Durão para PR. Ser político não é isso? Estar sempre a fazer capas de jornais?
el s
na mouche! subscrevo!
e lérias é o que por cá há mais,mas tambem é bem verdade somos um povo de serviços e desde Abril a maleita dessiminou-se.
Nunca houve tanto lugar politico e de acessoria adjuntadoria,aspones ás carradas, muita para e pouca uva, veja-se onde se chegou,todos se safaram e muitos ainda continuam a safar e o Zé vai aguentado e votando "tolamente" crendo que tem uma vida melhor, masessa esta sempre reservada para os mesmos.