Uma provocação gratuita
Os enfermeiros do Centro de Saúde de Matosinhos iniciam segunda-feira uma greve por tempo indeterminado ao uso da farda amarela que lhes foi "imposta unilateralmente".
Os dirigentes cuja imaginação e vontade de melhorar a prestação de cuidados de saúde se traduziu na imposição de batas de cor diferente aos enfermeiros só têm um caminho a seguir – apresentar a demissão das funções.
Há indivíduo/as que, à falta de soluções, apenas servem para criar problemas.
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(Publicidade testemunhal)
A publicidade testemunhal deve integrar depoimentos personalizados, genuínos e comprováveis, ligados à experiência do depoente ou de quem ele represente, sendo admitido o depoimento despersonalizado, desde que não seja atribuído a uma testemunha especialmente qualificada, DESIGNADAMENTE EM RAZÃO DO USO DE UNIFORMES, FARDAS OU VESTIMENTAS CARACTERÍSTICAS DE DETERMINADA PROFISSÃO."
Decreto-Lei n.º 330/90 de 23 de Outubro.
Na verdade, em todo o lado, há sempre alguém mais papista que o papa.
Neste momento, é preciso criar um "rebanho de cordeiros" que, fundamentalmente, se dêm ao "luxo" - ou à preguiça - de deixar de pensar. Penso que para melhor exercitar as "virtudes" da obediência cega, seria "interessante" instituir, como na instituição militar, exercícios de "ordem unida", isto é, obedecerem todos, sintonizados, a uma voz de comando...
Aos novos gestores, que de supetão arribaram às unidades de saúde, ninguém lhes explicou que o actual fardamento dos profissionais de saúde é de uso restrito de protecção, quer para os doentes quer para os ditos profissionais de saúde. Não é, nunca foi, um uniforme. Os profissionais de saúde que trabalham no serviço público pertencem - incorporam - inequivocamente, a sociedade civil.
E, a haver qualquer alteração, ditada pelas questões de protecção, devem ser consultados os organismos representativos dos diferentes sectores profissionais.
Estes gestores seguem o exemplo -paternalista - do Ministro da Saúde que, repetidamente, vem advertindo os profissionais de saúde para lavar as mãos no sentido de obviar às infecções hospitalares.
De facto, os profissionais que trabalham nas instiuições de saúde necessitam de receber de um professor de administração, licenciado em Direito e gestor do Banco Mundial, um atestado de ignorantes em medidas higieno-sanitárias...
E, nestas pequenas coisas, reveladoras dos grandes dislates encobertos, vamos advinhando como vai a saúde neste País.
Esta medida faz-me lembrar a "farda" dos motoristas dos carros de aluguer que, para além de uma gravata preta (muitas vezes de plástico) até incluía um ridículo boné. Era, nos francesismos de então, o famoso "chauffer". Felizmente, o 25 de Abril atirou pela borda fora estas autênticas excrescências de algum paradigmas dos regimes autoritários.