Vasco Graça Moura
Vasco Graça Moura (VGM), apesar de defensor da pena de morte, não é um troglodita e a linguagem, digna do mais rancoroso rural, não faz dele inimputável.
Debita adjectivos como balem as ovelhas ou palram os papagaios, com a facilidade do mais erudito dos almocreves e o acinte do mais primário e boçal ferrador de solípedes.
VGM, na sanha contra a esquerda pós-soviética, onde inclui toda a esquerda, revela-se o mais genuíno dos paladinos da direita pós-fascista.
O defensor de todos os líderes do PSD, e carrasco dos simpatizantes de qualquer outro partido, denomina «patéticas deslocações do sr. Solana» os esforços de paz do ilustre espanhol ao serviço da União Europeia e denomina a política diplomática de Espanha de «progressismo alvar do sr. Zapatero». Deve ser trauma anti-castelhano.
O Governo italiano, depois de ter perdido o notável cançonetista Berlusconi e o pio Roco Butiglioni, passou a ser a «periclitante salada de esquerda do sr. Prodi».
Só não esperava que o último almocreve do cavaquismo começasse a prosa da quarta-feira, no DN, com a afirmação «A ONU não presta para nada», conceito que Salazar e os esbirros de serviço repetiram à exaustão até ao momento em que uma cadeira nos aliviou do homem que a providência nos enviara, segundo os Graças Mouras desse tempo.
Já quanto à empolgada fixação em Bush e Blair, deve ser a inteligência do primeiro e a canina devoção do segundo que seduzem o homem que um dia foi ajudante de ministro.
Depois, mesmo que palre alguma coisa acertada ou crocite uma evidência, é difícil que alguém o possa levar a sério. É a versão erudita de Alberto João Jardim.
Comentários
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Conheci um Vasco Granja dos desenhos animados... mas não deve ser o mesmo?...
Quando se mete na política, ou no comentário político, torna-se um persistente insulto à inteligência.
É a personificação do ditado popular:
"Não vá o sapateiro além da chinela"
Niguém serve para tudo!
Continuamos a precisar de boas traduções poesia, da prosa, de ensaios e das suas excelentes traduções literárias...
Não recomendo.
Dito por um deputado do parlamento europeu, alguem lhe deveria responder se «O PE serve para alguma coisa»?
Refiro-me ao PE de VGM. E já agora do seu herói 'cherne'.
BM