Co-incineração
Processo viável e sem riscos
«Sebastião Formosinho é professor catedrático do Departamento de Química da Universidade de Coimbra e de 2000 a 2002 presidiu à Comissão Cientifica Independente, então extinta pelo Governo PSD.
Dessa comissão saiu um parecer sobre o processo de co--incineração de resíduos perigosos nas cimenteiras, que abonava claramente a favor da opção. Quatro anos depois, Sebastião Formosinho mantém a posição e argumenta que a co-incineração é a melhor opção para a queima de resíduos».
Para os interessados, aqui fica a entrevista completa ao Primeiro de Janeiro
Comentários
Por outro lado, a discordância que alguns habitantes da região de Coimbra (e também de alguns dos seus representantes eleitos) deve ser respeitada. Não o tem sido sempre.
Todavia, a Comissão Independente não pode passar a vida a açicatar ânimos. Tem sido o seu passatempo preferido. Digo, passatempo, porque sou de opinião que tendo terminado o seu trabalho, mais nada tem a fazer.
Não pode eternizar-se... na repetição de argumentos e opiniões, parecendo que, ela própria, não ficou convencida.
Agora, caberá a outros organismos verificar e controlar as verdades e as conclusões da dita Comissão.
Ou, a referida Comissão pretende interferir permanentemente neste processo, produzindo remoques aqui e acolá.
Quase sempre invectivando os espíritos.
Já chega!
ALGUÉM TEM DE CEDER é o título de um filme de amor com o Jack Nicholson. O Jack que era um solteirão e bom rapaz, acabou por ceder, e viu-se isso naquela cena do restaurante onde aparece a brincar com o filho da enteada.
Neste caso da incineração ninguém quer ceder. Preocupa-me isto porque a verdade é só uma. Como diz aí o CE o Sebastião Formosinho é professor catedrático do Departamento de Química da Universidade de Coimbra e é claramente a favor da opção incineração.
Tenho visto o Presidente da Câmara de Coimbra, vir dizer, não... não... aqui não.
Então como é:- a opinião do Prof Sebastião não vale nada?...é a opinião do Presidente, segundo creio licenciado em Direito que conta? Mas numa questão aparentemente simples há guerra!... Mas como é possível a harmonização social internacional?
jS
1º.: Antes de alguém ter de ceder, ou qualquer outra iniquidade, é imperioso tratar dos resíduos industriais portugueses, problema que se arrasta à dezenas de anos;
2º.: ninguém quer incineradoras à sua porta. De preferência, longe...a léguas;
3º.: a metodologia a utilizar na incineração, passou pelo alto critério da Comissão Científica Independente - que decidiu pela co-incineração;
4º.: uma vez decidido, de acordo com as formalidades e calendário acordado entre os partidos,a incineração tem de começar;
5º.: a população de Coimbra e do Outão (Arrábida)- não gostou e ainda hoje protesta(estando a exercer os seus direitos de contestação);
6º.: em discussão, neste momento, estão os tempos de execução e, mais recentemente, o cumprimento das leis ambientais (estudo de impacto ambiental);
7º.: A Comissão Independente - uma vez entregue o relatório - devia ter partido para férias e deixar de "deitar achas" para a fogueira;
8º.: a recente entrevista do Prof. Formosinho é, pura e simplesmente, voltar à "vaca fria";
9º.: Só o tempo e monitorização dos resultados, vai proceder à verificação das "insofismáveis" certezas do relatório da dita Comissão Independente;
10º.: O orgão verificador não deve ter qualquer tipo de relação com a Comissão e com organismos governamentais ou autárquicos. Caberá a um organismo técnico, independente e autónomo.
Portanto, achando que ninguém tem de ceder, todos temos de aceitar as regras do jogo democrático, que embora de modo enviesado (segundo o meu entendimento), cumpriu o seu percurso.
Eu que, por escolha, vivo em Coimbra, preferia que a co-incineração fosse para longe.
Mas, depois do desenrolar de todo o processo, cumpre-me aceitar as regras do jogo.
Ceder, pressupõe adoptar uma resolução convicto do contrário sem que tenha havido um diálogo sério e aberto e, nisso, não alinho. Cede-se quando não há força suficiente para combater.
Assim, estou, tão somente, resignado a cumprir.
Nestas circunstâncias, as repetidas dissertações do Prof. Formosinho sobre o assunto (espero que lhe tenham pago os respectivos emolumentos) são, para mim e penso que para as gentes de Coimbra, redundantes e perfeitamente dispensáveis.
Aló Coimbra.
Penso que o último artigo escrito é da autoria do Carlos Esperança. Seja como for, quero aqui felicitar o autor do dito por considerá-lo um Homem de corpo inteiro pela verticalidade que assume nos artigos que escreve. Quanto a mim, devo dizer-lhe que apareço aí como o anónimo do PORTO porque não percebo muito desta coisa de informática. Mas sou João Manuel de Brito de Sousa 63 anos, reformado de professor do ensino superior, natural de FARO, BI 185746 e TM 96 373 6404. E gostava de o conhecer. QUANDO FOR A COIMBRA. A ceite um abraço .
JS
É uma honra tê-lo como leitor. Também eu tenho 63 anos e comecei a vida como professor...do ensino primário.
Terminei aos 60 anos a actividade como quadro de uma multinacional farmacêutica.
No seu caso, podia manter o anonimato ou as iniciais do nome e apelido.
O anonimato só é inaceitável quando, sob a sua capa, se aproveita para insultar e caluniar, o que nunca foi o seu caso.
De qualquer modo, registo a transparência com que se expõe.
Cumprimentos.
Se é certo que a co-incineração é o melhor processo de queima de resíduos (por oposição a outros métodos como a incineração), fica por esclarecer se é o melhor processo de eliminação ou neutralização desses resíduos. Portanto o investigador pode estar correcto no que diz mas pode ser só metade da história (não li o relatório).
Uma coisa que me chamou a atenção na altura em que se falou nisto: referia-se que os resíduos a incinerar produzidos no nosso país eram apenas uma pequena percentagem do total que ia ser incinerado. Isto não me tranquiliza sabendo que os países nórdicos vêm abandonando estas técnicas e estão desejosos de se livrarem dos próprios resíduos.
Para mim não é tanto saber se a co-incineração é um bom processo. É saber se a política ecológica europeia é Reduzir nos países do norte, Reciclar nos países do centro e Queimar nos países do sul. Assim está mal. Tem de haver uma política ambiental concertada e abrangente.
Não vamos voltar a discutir o processo da co-incineração que, em meu entender, percorreu as etapas de decisão programadas e agora terá de ser implementado a contra-gosto das populações das regiões indicadas. Caso contrário, é o descrédito do poder executivo.
Mas a asserção de "matarbustos":
"É saber se a política ecológica europeia é Reduzir nos países do norte, Reciclar nos países do centro e Queimar nos países do sul.", não deve ser ignorada e é preocupante.
O relatório da Comissão Científica Independente (CCI), no meu entendimento, deveria debruçar-se, exclusivamente, sobre os resíduos industriais perigosos.
A comissão decidiu ir além. Incluíu no seu relatório a incineração nas cimenteiras das embalagens domésticas e os pneus, que não são resíduos industriais perigosos. Defendeu, com esta inclusão, o fornecimento de combustível barato (ou pago?) às cimenteiras.
Exorbitou, claramente, as competências previamente definidas para o seu trabalho. Agradou às cimenteiras e, provavelmente, ao governo.
Mas o grave é que a CCI no seu relatório ignorou, olimpicamente, a prevenção da produção de resíduos e passou ao lado da reciclagem de óleos e solventes.
Espero que estes assuntos que ultrapassam, de longe, o âmbito do relatório da CCI, continuem em aberto, na ordem do dia, não só relativamente a Souselas e Outão, mas para todo o País, já que são vectores importantes da política ecológica nacional.
De facto, "matarbustos" tem toda a razão quando refere 3 tipos de política ecológica europeia:
Norte, Centro e Sul.
Estes assuntos deves ser incluídos na conturbada e, por vezes estéril, discussão - vivida no País - à volta da co-incineração. Parece haver quem pretenda que nos fixemos, paranoicamente, na co-incineração, esquecendo todo o resto (que é muito!).
Não se percebe como, p. exemplo, a Câmara de Coimbra não movimenta as suas capacidades, energias e influências no sentido de ser elaborado, para ser apresentado pelos deputados de Coimbra em sede própria (AR), dois projectos de lei para serem discutidos, em complementaridade, com a co-incineração:
- um PLANO NACIONAL DE PREVENÇÃO DE RESÍDUOS;
e,
- um PROJECTO DE RECICLAGEM DE ÓLEOS E SOLVENTES.
Ao fazê-lo colocavam-nos no caminho da modernidade (slogan tão a gosto do governo) e, inegavelmente, mais próximos do Norte (da Europa)- igualmente da predilecção de Sócrates.
Penso que estas propostas - e a consequente aplicação - serenavam os ânimos.
O único problema seria as cimenteiras não gostarem.
Mas não se pode ter tudo.
Logo, o referido professor não queria deixar mal quem o nomeou e para ele a co-incineração é o melhor que há.
Só não entendo a razão de não haver co-incineração em Alhandra.
Porque será?
resultantes da co-incineração?
Será isso descontado nos fundos
públicos para a Região de Coimbra?
Um mal nunca vem só...
ASSIM NÃO DÁ. JÁ NINGUÉM ACREDITA.