As férias e a diplomacia de Sarkozy
As férias do presidente francês são de novo notícia. Primeiro foram os dias passados no iate de um multimilionário, mal acabara de conquistar a presidência, agora são as férias familiares numa luxuosa mansão em Wolfeboro, no estado norte-americano de New Hampshire.
Semelhança de gostos e de displicência com Durão Barroso à parte, Sarkozy faz parte de uma leva de políticos de direita cujos princípios éticos e exemplos de civismo são encarados com enorme ligeireza.
Berlusconi foi talvez o excesso caricatural e Aznar o mais dissimulado na tentativa de compra da mais alta condecoração dos EUA, e foi preciso que chegassem ao poder os dois homozigóticos polacos para que a direita, que cultivava uma imagem espartana de rigor, seriedade e pragmatismo, além de venal se tornasse troglodita.
Estes episódios não são apenas actos de negligência, são manifestações de carácter ou, melhor, de falta dele.
Veja-se como Aznar quis enganar o povo espanhol atribuindo à ETA o atentado que sabia ser da al-Qaeda.
Recorde-se como Barroso disse aos portugueses que tinha dado instruções à diplomacia para defender a candidatura de António Vitorino à presidência da Comissão Europeia e preparava a sua e a fuga do Governo.
Lembremos todos os que mentiram, sem esquecer Blair, para se precipitarem num crime monstruoso e numa tragédia de dimensões apocalípticas – a invasão do Iraque.
Mas voltemos a Sarkozi cuja libertação das cinco enfermeiras e do médico búlgaro lhe valeram a simpatia e felicitações generalizadas, pelo êxito obtido junto do coronel líbio, Kadafi.
A divulgação, por Tripoli, do pacto secreto da venda de armas no valor de 300 milhões de euros é uma nódoa mais a sujar a honra do novo presidente francês. Não há benzina capaz de a desencardir. Por mais que os líbios e a direita francesa neguem a ligação entre a libertação das enfermeiras e a venda de armas.
Semelhança de gostos e de displicência com Durão Barroso à parte, Sarkozy faz parte de uma leva de políticos de direita cujos princípios éticos e exemplos de civismo são encarados com enorme ligeireza.
Berlusconi foi talvez o excesso caricatural e Aznar o mais dissimulado na tentativa de compra da mais alta condecoração dos EUA, e foi preciso que chegassem ao poder os dois homozigóticos polacos para que a direita, que cultivava uma imagem espartana de rigor, seriedade e pragmatismo, além de venal se tornasse troglodita.
Estes episódios não são apenas actos de negligência, são manifestações de carácter ou, melhor, de falta dele.
Veja-se como Aznar quis enganar o povo espanhol atribuindo à ETA o atentado que sabia ser da al-Qaeda.
Recorde-se como Barroso disse aos portugueses que tinha dado instruções à diplomacia para defender a candidatura de António Vitorino à presidência da Comissão Europeia e preparava a sua e a fuga do Governo.
Lembremos todos os que mentiram, sem esquecer Blair, para se precipitarem num crime monstruoso e numa tragédia de dimensões apocalípticas – a invasão do Iraque.
Mas voltemos a Sarkozi cuja libertação das cinco enfermeiras e do médico búlgaro lhe valeram a simpatia e felicitações generalizadas, pelo êxito obtido junto do coronel líbio, Kadafi.
A divulgação, por Tripoli, do pacto secreto da venda de armas no valor de 300 milhões de euros é uma nódoa mais a sujar a honra do novo presidente francês. Não há benzina capaz de a desencardir. Por mais que os líbios e a direita francesa neguem a ligação entre a libertação das enfermeiras e a venda de armas.
Comentários
Abraço!
Não há falta de evidências dum e doutro lado.
Como bem se disse no comentário 2, os políticos (todos, da esquerda à direita) são como as fraldas: devem ser mudados com frequência e pelo mesmo motivo.