Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c...
Comentários
As Misericórdias são o "grosso" das instituições no nosso País [na maioria tuteladas pela ICAR] que se dedicam à solidariedade social.
Integram um sector cada vez mais importante - o social - que tem como objectivo "gerir" as prestações sociais, sob uma perspectiva caritativa e com benefícios de toda a ordem, inclusivé, fiscais.
O seu campo de acção é vasto e extende-se à saúde, à educação, à solidariedade social, etc.
O Estado tem "delegado" algumas das suas responsabilides [relativas ao Estado Social] em diferentes áreas. Na Saúde, p. exº., os cuidados continuados estão maioritáriamente a ser desempenhados por IPSS's onde, por detrás, se "encontram" muitas Misericórdias. É um longo trajecto histórico - desde os tempos medievos - e que se reforçou, há mais de uma década, no Governo de A. Guterres, decorrente da sua estreita relação com o então presidente da UM - Vitor Melícias.
Logo, a presente decisão da CEP portuguesa antecipa uma visão neoliberal para o futuro, onde o Estado Social será progressivamente esvaziado.
Um volume de "negócios" tão volumoso e uma posição tão relevante na área social tem necessáriamente de ter uma gestão centralizada - forte, eficiente e com influência política - que ultrapassa a União das Misericórdias. Aí surge a CEP.
O Estado, dentro do princípio da laicidade, não deveria divorciar-se desta quezília...
Ao fim e ao cabo, tratam-se de funções inerente ao Estado [dentro do modelo social vigente] que foram delegadas a instituições sociais. Tem o dever de regulação.