Ainda no 5 Outubro de 2010...
Ontem, nas comemorações do centenário da República Portuguesa, a alocução pública do actual Presidente foi confrangedora.
Passou ao lado de três aspectos fulcrais:
1º) somos - e devemos continuar a ser - um país plural, com opiniões distintas;
2º) numa democracia as diferenças dirimem-se através do diálogo, do debate, do confronto de ideias e da possibilidade de apresentar soluções;
3º) o reforço da coesão nacional nasce da capacidade em debater os problemas com elevação e cicvismo, sem preconceitos, sem dogmas, nem tabus.
Cavaco Silva alinhou - mais uma vez - pela bitola que os "mercados financeiros" pretendem impor ao Mundo: nada de sounbites, fora com os ruídos de fundo, viva a subserviência...
A hora é da dominação financeira, dos diktats dos mercados, do silêncio dos inocentes.
O Presidente da República fez lancinantes apelos à concertação política mas, essencialmente, defendeu a paz dos cemitérios...
Na realidade, a coesão nacional tem múltiplos denominadores. Talvez o mais importante passe por um conceito que é eminentemente republicano: o interesse nacional [o colectivo]. Cimento agregador de vontades que - dada a sua relevância - merece ser profundamente discutido e claramente definido. Finalmente, assumido colectivamente. Nunca invocado como um fim, uma meta abstracta ou um interregno na nossa soberana capacidade de divergir [de pensar] para, posteriormente, convergir [se o proclamado "interesse nacional" se revelar explícito, inadiável, justo...].
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