Autarquias: o que é prioritário?

O Governo atribui um elevado grau de urgência à revisão da lei eleitoral autárquica.
As razões invocadas são: "De facto, no actual quadro legal, o governo municipal é tratado como se de um pequeno Parlamento se tratasse, quadro que torna hoje evidente que tal modelo só pode contribuir para a diluição das responsabilidades e para a degradação da qualidade da gestão autárquica".
As reformas que se pretendem introduzir são alterações profundas do modelo autárquico que já chumbaram na AR por exigirem uma maioria qualificada.
O leitmotiv destas propostas de alteração é a "necessidade" da existência de executivos municipais maioritários em detrimento do princípio da proporcionalidade [reclamado pelos pequenos partidos e, inclusive, pela Associação Nacional dos Municípios Portugueses].
Outro dos motivos invocados seria o facto de a "presidencialização" das Câmaras conferir mais eficiência e agilização dos executivos municipais, tendo como contra partida o reforço dos poderes de fiscalização das Assembleias Municipais.
Os presidentes de 2 grandes municípios nacionais - Lisboa e Porto - defendem estas alterações e pretendem mobilizar a atenção do PS e do PSD para esta "causa". publico

Nota de rodapé:
Antes de tudo parece ser mais do que prioritário o reordenamento territorial e administrativo do País.
A redução dos número de municípios é quase um imperativo nacional. A criação de serviços comuns inter-municipais ou a agregação de Câmaras limítrofes em termos de criação e exploração de sinergias locais será a grande lição que a presente crise orçamental deu aos portugueses.
Finalmente, recordando as lições que em vida nos deu Saldanha Sanches, os municípios precisam de criar mecanismos que clarifiquem a sua imagem em termos de caciquismo, compadrio, corrupção e favorecimento. A "presidencialização", tal como se advoga, não servirá estes desígnios uma vez que a tradição de fiscalização exercida pelas Assembleias Municipais não é brilhante, nem autónoma dos interesses partidários que "elegeram" o presidente.
Portanto, certamente que existem muitas "coisas" a mudar na Administração Local. Mas, dificilmente, a alteração da Lei Eleitoral Autárquica será para a maioria dos munícipes, i. e., para os portugueses, uma prioridade.
Todavia, o reordenamento administrativo - sem falar na Regionalização - deverá entrar, quanto antes, na agenda política nacional. Com outro calendário!
Começar pela revisão da Lei Eleitoral Autárquica poderá significar pôr o carro à frente dos bois...

Comentários

Banda in barbar disse…
não sei é tão controverso


no tempo do Mata Cáceres e Majores vários e outros M's and M's a construção de rotundas e estatuetas era prioritário
porque artistas há muitos neste país
e é preciso estimulá-los



De Aquilino Ribeiro)



Tanto se me dá que mande Pêro como Sancho.

Meço-os todos pelo mesmo alqueire, ambiciosos, fátuos, inúteis,

egoistas, prepotentes e medíocres

Há actividades que acabam por recalcar no homem... a razão

Em regra, esta de governar os povos é uma delas.Não...?

Onde não vires aventureiros, sem nenhuma espécie de escrúpulos,

encontrarás apenas imbecis.

o gajo de promotor de regicídios
passou a comentarista tipo Medina Carreira
outro M'
Caro e-pá!

Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar este seu "post", com o respectivo link, no
.
Regionalização
.

Cumprimentos

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