WikiLeaks…
WikiLeaks:
"Could become as important a journalistic tool as the Freedom of Information Act." [1] - Time Magazine.
O australiano Julian Assange, fundador da Wikileaks [2] revelou numa entrevista à CNN link que, em mais de 400.000 documentos filtrados pela organização, existem “provas evidentes de crimes de guerra” cometidos [na invasão do Iraque] pelas forças dos EUA e pelas autoridades iraquianas.
O Le Monde link faz um relato de um destes crimes ocorrido num banal checkpoint:
“…4 Janeiro 2006, 19 h. A patrulha esperava a chegada de uma equipa de desminagem no local onde tinham encontrado um esconderijo de armas. Um veículo de 4 portas, laranja e branco, parou na proximidade. Um homem em idade de ser mobilizado saiu do veículo e começou a correr em direcção à patrulha. A patrulha suspeitou que o homem era um kamikaze e gritou-lhe em árabe para parar. Fez-lhe sinais com as mãos e braços para tentar detê-lo. O homem não obedeceu. Continuou [a patrulha] a fazer gestos e a gritar, sem sucesso. A 15 metros, a patrulha abruiu fogo, matando o civil. Quando a equipa de desminagem chegou, inspeccionou o corpo à procura de explosivos, mas não encontram nada. Nenhuma vítima ou quaisquer danos foram assinalados para as forças de coligação…” [tradução livre ].
Mais de 600 civis morreram desta forma em incidentes em postos de inspecção de rotina ou refregas entre veículos civis e militares nos 6 anos que são relatados nos documentos publicados por Julian Assange [na foto].
Um outro incidente - que se não fosse trágico seria anedótico - é relatado pelo The Guardian link relativo à intervenção de um helicóptero Apache em perseguição de um grupo de 2 “insurgentes”. O piloto comunicou que os homens queriam render-se. Um advogado militar americano [de imediato consultado] informou o piloto do heli que estes 2 "insurgentes" não podiam [oficialmente] render-se a uma aeronave pelo que continuavam a ser objectivos válidos. O helicóptero [melhor dizendo a tripulação do heli] disparou contra eles [os rendidos "insurgentes"]…
"Could become as important a journalistic tool as the Freedom of Information Act." [1] - Time Magazine.
O australiano Julian Assange, fundador da Wikileaks [2] revelou numa entrevista à CNN link que, em mais de 400.000 documentos filtrados pela organização, existem “provas evidentes de crimes de guerra” cometidos [na invasão do Iraque] pelas forças dos EUA e pelas autoridades iraquianas.
O Le Monde link faz um relato de um destes crimes ocorrido num banal checkpoint:
“…4 Janeiro 2006, 19 h. A patrulha esperava a chegada de uma equipa de desminagem no local onde tinham encontrado um esconderijo de armas. Um veículo de 4 portas, laranja e branco, parou na proximidade. Um homem em idade de ser mobilizado saiu do veículo e começou a correr em direcção à patrulha. A patrulha suspeitou que o homem era um kamikaze e gritou-lhe em árabe para parar. Fez-lhe sinais com as mãos e braços para tentar detê-lo. O homem não obedeceu. Continuou [a patrulha] a fazer gestos e a gritar, sem sucesso. A 15 metros, a patrulha abruiu fogo, matando o civil. Quando a equipa de desminagem chegou, inspeccionou o corpo à procura de explosivos, mas não encontram nada. Nenhuma vítima ou quaisquer danos foram assinalados para as forças de coligação…” [tradução livre ].
Mais de 600 civis morreram desta forma em incidentes em postos de inspecção de rotina ou refregas entre veículos civis e militares nos 6 anos que são relatados nos documentos publicados por Julian Assange [na foto].
Um outro incidente - que se não fosse trágico seria anedótico - é relatado pelo The Guardian link relativo à intervenção de um helicóptero Apache em perseguição de um grupo de 2 “insurgentes”. O piloto comunicou que os homens queriam render-se. Um advogado militar americano [de imediato consultado] informou o piloto do heli que estes 2 "insurgentes" não podiam [oficialmente] render-se a uma aeronave pelo que continuavam a ser objectivos válidos. O helicóptero [melhor dizendo a tripulação do heli] disparou contra eles [os rendidos "insurgentes"]…
Face à divulgação de documentos deste teor, filtrados pelo Wikileaks, o Pentágono alertou para a possibilidade de estas revelações colocarem em perigo militares americanos no terreno, bem como os seus colaboradores iraquianos.
Hillary Clinton subscreveu, enquanto Secretária de Estado e através de notícia divulgada pela agência AFP, esta posição militarista, securitária e obscurantista, que está subjacente aos insolentes receios do Pentágono... link
Ninguém – no Mundo civilizado – requereu, perante tão graves e escabrosas denúncias, qualquer tipo de investigação…
Só uma tímida petição de um funcionário da ONU [Manfred Nowak] apela a Barack Obama no sentido de ordenar uma completa investigação do envolvimento das Forças Armadas americanas em abusos dos Direitos Humanos no Iraque, vindos a lume na sequência de uma massiva fuga de documentos militares [através da Wikileaks...] e que revelam a existência de torturas, execuções sumárias e crimes de guerra… link
Concluindo: Na guerra, a primeira vítima é a verdade. [Hiram Johnson, senador americano em 1917]. [3]
[1] - The Freedom of Information Act é uma emenda constitucional norte-americana, promulgada pelo Presidente Lyndon Johnson, em 1966. Esta emenda passou a permitir a divulgação de informações e documentos anteriormente estritamente controlados pela Administração dos EUA.
[2] - Wikileaks é uma organização mediática, criada em 2006, sem fins lucrativos, que se tornou num portal da Web altamente incomodativo para os Governos, poderes públicos e multinacionais [ligadas à indústria bélica]. O seu objectivo é divulgar notícias importantes e informações sigilosas [sonegadas pelos poderes instituidos] tornando-as públicas, utilizando fontes de informação seguras, anónimas e inovadoras…
[3] - Hiram Johnson referia-se à cobertura dos jornais norte-americanos sobre a Primeira Guerra Mundial, onde os States estiveram distantes dos principais acontecimentos…
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