Nem tudo o que é parece. Cavaco e o Orçamento
O recandidato à Presidência da República, Cavaco Silva, aproveitou a fragilidade de um Governo minoritário e a antipatia ao líder do PSD para garantir que a sua campanha não necessite de outro cartaz, para além da obsessiva presença nos órgãos de Comunicação Social e fingir de salvador da Pátria.
Fragilizou o PS e humilhou Passos Coelho. Salvou o PSD da errática atitude nos ajustes a que sujeitou um OE de modo a não poder cumprir as metas acordadas e possibilitar as habituais acusações de incapacidade e mentira para que o Governo cumpra o que eles se esforçaram para tornar inviáveis.
Sem coragem de proporem medidas para responder à crise internacional que se abateu sobre Portugal, deixaram a Teixeira dos Santos o ónus de se responsabilizar pelas mais impopulares medidas de que há memória e de lhe tirar os meios para as cumprir.
Depois da chantagem dos processos judiciais, fica agora a espada de Dâmocles suspensa sobre a cabeça de um Governo que teve a coragem de não fugir mas a quem faltou força para confrontar o PR com as manobras de bastidores.
As medidas adicionais para procurar 500 milhões de euros vão ser uma cura certamente mais injusta do que seria a terapêutica e um motivo acrescido para o incumprimento das metas e a descoberta de armas de arremesso do PSD ao PS.
O OE-2011 tinha uma coerência que a pressão do PR sobre Teixeira dos Santos, a quem telefonou, e as exigências do seu amigo Catroga fizeram perder. É um montante que, no que diz respeito às deduções fiscais, alivia os que podem para ser repartido pelos mais carenciados. Enfim, o Governo teve a coragem de prejudicar o partido que o sustenta e a Oposição o mérito de chantagear o ministro das Finanças. Em Maio o PSD entra em ombros em S. Bento e Belém comandará o Governo.
Declaração de interesse: Beneficio claramente do oportunismo do PSD.
Comentários
o trabalho sujo deverá continuar durante 2011
se parar antes é mau sinal