Momento de Poesia
Dissertação sobre a leveza da consciência...
À Sónia M
a "poeta" dos sentidos
Nem quando o sol irrompe pela janela
tu deixas de falar das nuvens e da chuva
como se essa cidade, onde vives,
tivesse sempre um céu pesado, da cor do chumbo.
Navegas no teu tempo de desconforto
fome das palavras que não chegam ao seu destino
como quando tropeçaste naquela criança abandonada,
a quem adiaste a morte,
num calendário incerto, que não dominas.
E o teu remorso, pela nobreza do teu gesto,
devolve-te a consciência à luz do dia
de que apenas te salvaste a ti própria, no resguardo da memória.
A Humanidade, essa de que falas com vergonha,
numa acusação de revolta, que o teu grito rasga,
já se encontra condenada e irremediavelmente perdida.
Alexandre de Castro
Lisboa, Junho de 2012
Comentários
Deixo aqui o meu mais profundo agradecimento a Alexandre de Castro.
Sónia M