Cavaco Silva e o livro de memórias
Sendo assim, sem antecipar o período a que as memórias se referem, não se trata de um evento literário anunciado, mas de uma ameaça concretizada através da Porto Editora.
Certamente que não vai desvendar o pensamento político anterior ao 25 de Abril nem as circunstâncias em que preencheu uma ficha na Pide, com erros de ortografia e a suspeita alusão à madrasta da amantíssima esposa.
Também não é de crer que as memórias superem a piedosa autobiografia ou a tentativa de branqueamento dos numerosos atos que o tornaram o único PR que, depois do 25 de Abril, deixou funções sem deixar saudades.
O prejuízo causado ao país na dilatação do prazo de validade do governo do PSD/CDS e a obstinação em reconduzi-lo à margem da vontade da AR, único local onde o Governo se legitima, não vai certamente ser objeto de arrependimento.
A insistência na rejeição da obrigação constitucional de dar posse ao atual governo, as advertências para acirrar os mercados contra ele e as ameaças explícitas ao apoio do BE, PCP e PEV ao governo do PS, não lhe merecerão um ato de contrição. Acabou a dar-lhe posse com azedume, esquecido de que presidira um dia a uma cerimónia de posse para o governo inexistente, de que o CDS se demitira.
Pode ser que, após exame de consciência, receoso do Inferno, faça uma confissão bem-feita sobre a compra e venda das ações da SLN e a aquisição da vivenda Gaivota Azul ou de como um alferes, ainda sem licenciatura, conseguiu ser colocado nos serviços de administração militar no quartel-general, na capital da colónia.
Vamos aguardar pelo papel impresso onde pode repetir ‘não fiz, não faço nem façarei’ o que quer que seja parecido com literatura. Nunca será um livro, apenas um rol de contabilista.
Comentários
nets jerseys
canada goose jackets
ray ban sunglasses
rockets jerseys
adidas outlet
cheap jordans
ray ban sunglasses
reebok outlet store
swarovski crystal
birkenstock outlet