CDS e Tancos – a nova chicana…

O CDS propõe a nomeação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a ‘questão de Tancos’ link.

Em pleno desenvolvimento da investigação policial sobre o roubo de armas ocorrido em Tancos há mais de 1 ano (29 junho 2017), cujos dados vindos a público são ainda muito fluidos e complexos, o CDS resolve que a melhor opção política é interferir. Para isso propõe uma comissão parlamentar de inquérito. Tanto faz – como não – jurar que deseja não interferir na investigação em curso e respeitar a tramitação legal. A primeira interferência já teve lugar. É muito difícil aceitar este equilibrismo e dualismo.

A avaliação política será, por ventura, necessária e até inevitável. Mas só será oportuna e esclarecedora quando existirem novos e mais completos dados, isto é, quando estiver concluída a fase de inquérito. 
Por outro lado, a antecipação de avaliações nesta fase nada adiantará e só poderá perturbar a actual fase de investigação do crime ocorrido. Cada vez mais os dados que têm vindo a público – aos soluços - configuram um quadro de associação criminosa ainda por esclarecer.

O CDS vive na obsessão de marcar a agenda política de partido de oposição agarrando-se a todo e qualquer pretexto. Neste momento, como afirma o PCP link, a questão política não se centrará no desempenho específico do Ministro da Defesa face aos acontecimentos.
Vai para além disso e entronca-se em «apurar as responsabilidades dos sucessivos governos do PS mas também do PSD e CDS que preferiram investir em missões externas e descuraram as missões internas e o financiamento das Forças Armadas, e especificamente "degradaram as condições de Tancos", mas também das "altas estruturas do Exército" que permitiram que isso acontecesse e não acautelaram a segurança das instalações».

A tal pressa que faz as cadelas parirem filhos cegos poderá estar a levar o CDS a uma espécie de ‘parricídio’. No fim da linha (investigativa) poderá estar o ‘venerável’ ex-presidente Paulo Portas que exerceu funções de Ministro da Defesa no XV e XVI Governos Constitucionais (2002 a 2005). Ou então do ex-ministro Aguiar Branco muito preocupado em libertar-se dos estaleiros de Viana, distante do ambiente das casernas e um olímpico marginal em relação à segurança das instalações militares.

A não ser que Assunção Cristas pretenda balizar e datar arbitrariamente os limites da análise política condicionando a sua profundidade e dimensão, ficando pelo imediatismo, não se compreende a precipitação. O risco de ir à tosquia e voltar tosquiado(a) é enorme.

Finalmente, a possibilidade de o CDS estar a encetar uma abusiva chicana sobre segurança e exercício de funções de soberania, será outra das premissas.
A instituição militar merece outro tipo de análise política e mais decoro (institucional).

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