TRUMP e os perigos de uma Administração sitiada…
A última semana revelou, sobre a Administração Trump e a sua capacitação para dirigir a maior e mais poderosa potencia mundial, aquilo que muitos – num alargado circulo democrático - já sabiam, alguns desconfiavam e poucos – relativamente poucos – ainda lhe atribuíam o benefício da dúvida.
O livro de Bob Woodward – “Fear: Trump in White House” link - , escrito por um conceituado jornalista com sólido currículo nos meandros de Washington e autor de várias publicações sobre ex-presidentes americanos (desde Richard Nixon), bem como o artigo de opinião anónimo que o hermético e rigoroso New York Times (NYT) resolveu publicar na última 4ª. feira, transformaram a última semana, num autentico pesadelo para os atuais inquilinos da Casa Branca.
Acossado, Trump, tenta descredibilizar Bob Woodward (inserindo-o no grupo dos fazedores de ‘fake news’) e ao mesmo tempo aparece a exigir – em nome da segurança nacional! – que o New York Times revele a identidade do articulista.
Quando a Woodward será muito difícil a Trump apagar anos e anos de investigação jornalística com sucesso, rigorosa e idónea.
Relativamente ao artigo publicado no NYT só um amplo desprezo pela deontologia jornalística, ou o seu cabal desconhecimento, leva Trump a bramir em público a exigência da identificação do autor - ou autores - do texto publicado sob o estatuto (ético) de proteção da fonte.
Estando a Administração numa encruzilhada onde todos desconfiam de cada um e cada um desconfia de todos é óbvio que Trump pouco mais representa do que o papel de solitário de um desiludido clown (com todo o respeito pela profissão circense de palhaço) que perdeu o guião e se dirige para um cada vez mais reduzido grupo de (fiéis e atónitos) apoiantes que dificilmente reconhecerão o logro onde embarcaram.
Ao percorrer os corredores da White House, ou mais reconditamente na Sala Oval, é provavel que Donald Trump tenha alucinações auditivas do tipo: “You’re fired!”.
O cerco que está a ser montando à volta das suas (in)competências, bem como acerca das conexões russas, torna o espécime mais perigoso, furioso e incontrolável.
Se até aqui o mundo viveu o sobressalto de poder restar à beira de uma eminente catastrofe, depois da última semana, os cidadãos deste Mundo, necessitam de muito mais. Continuarão sobressaltados mas os tempos futuros são necessariamente de vigilância e como escreveu o quadro senior da Casa Branca no NYT – de resistência.
Olhando de longe para o clima vivenciado da Casa Branca cresce a sensação que a presente Administração vai de vitória em vitória até à derrota final: - o impeachment.
O problema será saber se a resistência interna - anunciada no NYT - tem força suficiente para evitar o anunciado descalabro.
Em breve o saberemos!
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