O Parlamento Europeu (PE) e a Hungria
O Parlamento Europeu deu o primeiro passo para impor uma inédita sanção à Hungria ao desencadear o procedimento disciplinar para investigar a violação dos Direitos Humanos pelo governo de Viktor Orbán.
Pode estar comprometida a tentativa de exótico nacionalista magiar em dividir o PPE e torná-lo num clube neofascista. Conseguiu, como era previsível, a solidariedade polaca de Kaczynski e, no PE, o apoio de deputados declaradamente antieuropeístas, alguns do PPE, que parece aperceber-se do risco da deriva reacionária dos seus membros.
Para além da curiosa posição do PP espanhol, dividido entre a abstenção, o voto contra e a falta do voto do seu líder no PE que, embora presente, não votou, outros deputados se opuseram à decisão numa manifestação de simpatia por Orbán.
A decisão histórica de acionar o referido procedimento disciplinar, fez o PPE pressionar a Hungria e a Polónia para acatarem regras democráticas e evitarem as severas sanções políticas que podem inclusive impedir-lhes o direito de voto no Conselho da UE.
Desta vez, ao contrário do que sucederá com o Brexit, em que o Reino Unido e a União Europeia são igualmente perdedores, será bem mais danoso para Varsóvia e Budapeste do que para o resto da UE.
Se prevalecer o consenso, como é hábito, a Hungria cederá parcialmente e a UE seguirá o trajeto para o abismo, mas o risco de desintegração e de irrelevância a nível global são motivo para a defesa do seu espaço civilizacional e democrático, ensanduichado entre a demencial e imprevisível atuação de Trump e autocratas de pendor ditatorial, Turquia, Rússia e China, com a pressão acrescida do fascismo islâmico que pretende compensar a falência da civilização árabe com o proselitismo político-religioso de cariz terrorista.
Talvez seja esta a última oportunidade para uma primeira posição de força em defesa da herança iluminista da Europa e para a sua sobrevivência económica, social e política.
Desta vez ainda se pode contar com Angela Merkel, o presidente de la CE, Jean-Claude Juncker, e o do Conselho Europeu, Donald Tusk, representantes da direita que preserva os valores humanistas que presidiram à criação dos partidos conservadores e democrata-cristãos no rescaldo da tragédia nazi-fascista que desencadeou a guerra de 1939/45.
Pode não haver outra oportunidade.
Pode estar comprometida a tentativa de exótico nacionalista magiar em dividir o PPE e torná-lo num clube neofascista. Conseguiu, como era previsível, a solidariedade polaca de Kaczynski e, no PE, o apoio de deputados declaradamente antieuropeístas, alguns do PPE, que parece aperceber-se do risco da deriva reacionária dos seus membros.
Para além da curiosa posição do PP espanhol, dividido entre a abstenção, o voto contra e a falta do voto do seu líder no PE que, embora presente, não votou, outros deputados se opuseram à decisão numa manifestação de simpatia por Orbán.
A decisão histórica de acionar o referido procedimento disciplinar, fez o PPE pressionar a Hungria e a Polónia para acatarem regras democráticas e evitarem as severas sanções políticas que podem inclusive impedir-lhes o direito de voto no Conselho da UE.
Desta vez, ao contrário do que sucederá com o Brexit, em que o Reino Unido e a União Europeia são igualmente perdedores, será bem mais danoso para Varsóvia e Budapeste do que para o resto da UE.
Se prevalecer o consenso, como é hábito, a Hungria cederá parcialmente e a UE seguirá o trajeto para o abismo, mas o risco de desintegração e de irrelevância a nível global são motivo para a defesa do seu espaço civilizacional e democrático, ensanduichado entre a demencial e imprevisível atuação de Trump e autocratas de pendor ditatorial, Turquia, Rússia e China, com a pressão acrescida do fascismo islâmico que pretende compensar a falência da civilização árabe com o proselitismo político-religioso de cariz terrorista.
Talvez seja esta a última oportunidade para uma primeira posição de força em defesa da herança iluminista da Europa e para a sua sobrevivência económica, social e política.
Desta vez ainda se pode contar com Angela Merkel, o presidente de la CE, Jean-Claude Juncker, e o do Conselho Europeu, Donald Tusk, representantes da direita que preserva os valores humanistas que presidiram à criação dos partidos conservadores e democrata-cristãos no rescaldo da tragédia nazi-fascista que desencadeou a guerra de 1939/45.
Pode não haver outra oportunidade.
Comentários
Também notei.
Será porque acabaram com o segredo de justiça ? Nos por cá também não temos disso...
Hipócritas !
O PCP, na boa linha do Estalinismo que se aliou a Hitler até ele lhe entrar pela porta dentro, escolheu ficar do lado do nacionalismo reacionário e contra os liberais, isto porque, embora se solidarize com a situação da oposição húngara não reconhece autoridade moral à UE para iniciar um procedimento previsto no Tratado de Lisboa que o Governo Húngaro co-redigiu e cujo parlamento foi o primeiro a ratificar.
Os Húngaros não vão ter exatamente os tanques da UE a ocupar Budapeste. Isso era mais a URSS que fazia... Será que se fosse hoje, o PCP também apoiaria?
Só gostava de saber qual terá sido a reação dos Comunistas Húngaros quando os seus congéneres portugueses lhes disseram, lamentamos camaradas, estamos solidários convosco mas não podemos fazer nada, porque não vamos votar ao lado dos liberais europeus...
Resumindo, o PCP continua a ser um apologista do double-think. Nada a fazer...
Palavras, Sr. Monteiro, leva-as o vento.
Foi isso que aconteceu e não vale a pena tentar cobrir o sol com uma peneira recorrendo a racionalizações (leia-se cassetes) que assumem que nós somos todos idiotas.
Mais ainda, o PCP não se cansa de clamar e bem, por fundos europeus para Portugal. É dinheiro de 'chantagistas', não é? Como perguntava hoje o Miguel Sousa Tavares, o que andam os deputados do PCP a fazer sentando-se em Estrasburgo?