A campanha eleitoral anda aí
Quando faltam os argumentos contra as políticas, atacam-se os políticos. As relações de parentesco entre membros do atual Governo são apresentadas como caso de nepotismo, como se os lugares do Governo fossem sinecuras ou a nomeação dos seus membros não resultasse da confiança do primeiro-ministro e da sua avaliação pessoal da competência de cada um, por que há de responder, perante o país, em eleições.
Não encontrando favorecimentos pessoais, insinua-se o risco das relações familiares e o perigo imaginário dos laços de sangue quando o passado ensinou que foram os laços de negócios que arruinaram o País e criaram a todos nós o nós que ninguém desata.
Que faltem a António Costa pessoas competentes e confiáveis fora do seu conhecimento pessoal revela mais a precaução do PM, recordado de outros governos, a começar pelos do longo consulado cavaquista, do que os riscos de acesso a lugares governamentais por pessoas com vínculos familiares do que com ligações do tipo Relvas/Passos Coelho, Cavaco/Oliveira e Costa, e de quase todos os primeiros-ministros com Ricardo Salgado.
A barragem feita a este Governo tem sido bem visível, desde a baixeza dos comentários racistas a tentativas de condicionamento na escolha dos seus membros, dos dois lugares num estádio de futebol a ofertas de viagens para um jogo da seleção portuguesa, para desviarem a atenção do condomínio da praia da Coelha à Tecnoforma, dos sobreiros aos submarinos, das privatizações ruinosas à invasão do Iraque, entre demasiadas suspeitas e maiores certezas de que relações de negócios são mais perigosas do que as conjugais.
Perante tanta desfaçatez há um registo que estupefaz qualquer cidadão com um mínimo de senso. Paulo Rangel, um previdente político que trocou o CDS pelo PSD, e que tinha seis anos no 25 de Abril, aludindo aos laços de parentesco de alguns governantes do PS, exclamou: «“Fizemos o 25 de Abril” para termos governantes “todos familiares uns dos outros”??!».
O plural majestático de um revolucionário de 6 anos, que nesse dia arriscou a vida pela democracia, é apanágio de quem confundiu o iogurte com uma Chaimite e a Revolução com um lugar no Parlamento Europeu, enquanto tirava macacos do nariz para disparar contra o fascfascismo.
Ai esta direita! Até à Dr.ª Cristas já lhe esmoreceu a vontade de rezar para que chova, mas exacerbou-se-lhe a fé para que o país arda antes das várias eleições.
Não encontrando favorecimentos pessoais, insinua-se o risco das relações familiares e o perigo imaginário dos laços de sangue quando o passado ensinou que foram os laços de negócios que arruinaram o País e criaram a todos nós o nós que ninguém desata.
Que faltem a António Costa pessoas competentes e confiáveis fora do seu conhecimento pessoal revela mais a precaução do PM, recordado de outros governos, a começar pelos do longo consulado cavaquista, do que os riscos de acesso a lugares governamentais por pessoas com vínculos familiares do que com ligações do tipo Relvas/Passos Coelho, Cavaco/Oliveira e Costa, e de quase todos os primeiros-ministros com Ricardo Salgado.
A barragem feita a este Governo tem sido bem visível, desde a baixeza dos comentários racistas a tentativas de condicionamento na escolha dos seus membros, dos dois lugares num estádio de futebol a ofertas de viagens para um jogo da seleção portuguesa, para desviarem a atenção do condomínio da praia da Coelha à Tecnoforma, dos sobreiros aos submarinos, das privatizações ruinosas à invasão do Iraque, entre demasiadas suspeitas e maiores certezas de que relações de negócios são mais perigosas do que as conjugais.
Perante tanta desfaçatez há um registo que estupefaz qualquer cidadão com um mínimo de senso. Paulo Rangel, um previdente político que trocou o CDS pelo PSD, e que tinha seis anos no 25 de Abril, aludindo aos laços de parentesco de alguns governantes do PS, exclamou: «“Fizemos o 25 de Abril” para termos governantes “todos familiares uns dos outros”??!».
O plural majestático de um revolucionário de 6 anos, que nesse dia arriscou a vida pela democracia, é apanágio de quem confundiu o iogurte com uma Chaimite e a Revolução com um lugar no Parlamento Europeu, enquanto tirava macacos do nariz para disparar contra o fascfascismo.
Ai esta direita! Até à Dr.ª Cristas já lhe esmoreceu a vontade de rezar para que chova, mas exacerbou-se-lhe a fé para que o país arda antes das várias eleições.
Comentários
Se temos que ter elites políticas (e temos), que sejam ao menos de pessoas bem preparadas e bem formadas. E se é preciso recrutar nas famílias (às vezes é a política que dá origem às famílias, não a família que puxa para a política), pois tanto pior...
Aí é que nascem e crescem 'famílias informais' (compadrios) que, posteriormente, se aconchegam no aparelho de Estado, com os resultados que conhecemos.
A comunicação social e a Direita estão, neste caso, a tomar a árvore pela floresta...