Até que enfim…
O país arde, as festas canónicas continuam, os artefactos explosivos aparecem em vários locais afetados pelo fogo, a PJ investiga, as televisões aumentam as audiências e o PR já diz que prioridade é apagar os fogos e que "haverá tempo para tirar lições", na ânsia de recuperar protagonismo e poder influenciar os resultados eleitorais.
Somos um país de 10 milhões de sábios de incêndios e vários milhares de beneficiários, com a incúria de quem não aprende e a irresponsabilidade de quem espera que o Estado seja o seguro que não fizeram e o protetor dos bens que não acautelam, enquanto os churrascos se fazem ao ar livre na euforia do reencontro de amigos e na liturgia festiva das férias.
O aquecimento global, os comportamentos de risco, o desordenamento da floresta, o abandono da agricultura e a incapacidade das autarquias não contam para a tragédia que todos os anos se repete e que a alguns aproveita.
A D. Cristas ainda não disse, este ano, que o Estado falhou, leia-se Governo, e os meios de comunicação já disseram que não se aprendeu nada com o passado, as televisões têm nas chamas o combustível que alimenta as audiências e o PR o pretexto para fazer esquecer os convites a Bolsonaro e Trump, aí sim, com a cumplicidade do Governo sem cuja anuência os não faria. Mas vá lá alguém enfrentar a popularidade de que goza quem não tem poder de decisão, e finge que sem ele nada pode ser feito.
Daqui a umas horas vai sair uma sondagem eleitoral e a direita, de rastos, precisa que os ventos reacendam os fogos extintos, que a secura do ar dificulte o rescaldo e que o País acredite que, com outro Governo, apoiado por outros partidos, voltaria o viço às plantas, a água às fontes dos caminhos e os legumes aos campos abandonados.
Não faltarão incêndios à medida de todas as campanhas que se desenham, enquanto o ar se torna irrespirável, o medo se apodera de nós e os bombeiros ficam exaustos antes de o ora Dr. Marta Soares começar a sua tonitruante campanha política de especialista de incêndios e mestre de bombeiros. 22/07/2019 00:01:28
Somos um país de 10 milhões de sábios de incêndios e vários milhares de beneficiários, com a incúria de quem não aprende e a irresponsabilidade de quem espera que o Estado seja o seguro que não fizeram e o protetor dos bens que não acautelam, enquanto os churrascos se fazem ao ar livre na euforia do reencontro de amigos e na liturgia festiva das férias.
O aquecimento global, os comportamentos de risco, o desordenamento da floresta, o abandono da agricultura e a incapacidade das autarquias não contam para a tragédia que todos os anos se repete e que a alguns aproveita.
A D. Cristas ainda não disse, este ano, que o Estado falhou, leia-se Governo, e os meios de comunicação já disseram que não se aprendeu nada com o passado, as televisões têm nas chamas o combustível que alimenta as audiências e o PR o pretexto para fazer esquecer os convites a Bolsonaro e Trump, aí sim, com a cumplicidade do Governo sem cuja anuência os não faria. Mas vá lá alguém enfrentar a popularidade de que goza quem não tem poder de decisão, e finge que sem ele nada pode ser feito.
Daqui a umas horas vai sair uma sondagem eleitoral e a direita, de rastos, precisa que os ventos reacendam os fogos extintos, que a secura do ar dificulte o rescaldo e que o País acredite que, com outro Governo, apoiado por outros partidos, voltaria o viço às plantas, a água às fontes dos caminhos e os legumes aos campos abandonados.
Não faltarão incêndios à medida de todas as campanhas que se desenham, enquanto o ar se torna irrespirável, o medo se apodera de nós e os bombeiros ficam exaustos antes de o ora Dr. Marta Soares começar a sua tonitruante campanha política de especialista de incêndios e mestre de bombeiros. 22/07/2019 00:01:28
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