Cavaco, Durão e a alta finança – As nuances semânticas



Durão Barroso era primeiro-ministro quando fez uma viagem familiar ao Brasil, em jato privado, para uma estadia numa ilha paradisíaca, a convite do amigo que tinha negócios com o Estado. O generoso anfitrião protagonizaria, a seguir, o escândalo da compra da Quinta da Falagueira, que um partido da oposição denunciou. O PM referiu-se ao amigo, desta forma:

1 - «É uma difamação estar a pretender que por ser meu ‘conhecido’, isso à partida envolve uma participação que não é correta».
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Cavaco Silva e a inseparável prótese, D. Maria, jantaram com os casais Marcelo Sousa e Durão Barroso na vivenda do casal Ricardo Salgado, para preparar a sua candidatura de 2006, a PR. Em 2011, quando o BES apresentou milhões de €€ de prejuízo, apoiou a sua campanha com 235 mil euros, segundo agora se sabe, de forma fraudulenta.  Perante as revelações incómodas, o Conselheiro de Estado vitalício declarou:

2 - «Nunca tive nenhuma amizade com Ricardo Salgado».
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As clínicas privadas e multinacionais da saúde proliferaram enquanto o governo Passos / Portas, com a bênção de Belém desmantelavam o Estado. Na saúde, as transferências para os privados são substanciais e devastadoras, um legado que este Governo procura atenuar ou reverter, para salvar o SNS. Isabel Vaz, a presidente executiva da Luz Saúde, o maior grupo empresarial privado da Saúde, na conferência, no ciclo anual organizado pela revista Exame, ‘Portugal em Exame’, declarou sem se rir:

3 – «estou num setor onde o Estado tem um peso brutal», “um Estado que é controlado pela Catarina Martins” [sic].                                                                                      (Visão n.º 1374, 4/10-7-2019, pág. 78).  
                                                                              ***
A exoneração da ética e o eclipse da memória levam ao torpor dos afetos.


Comentários

e-pá! disse…
Das ‘trapalhadas’ de Durão Barroso e de Cavaco Silva estamos conversados, desde há muito. Vai sendo cada vez mais difícil esconder a careca quando os cabelos rareiam ou quando a 'brilhantina Rouxinol’ (passe a menção de uma imaginária marca de Grease) não existe no mercado para compor os esparsos resquícios capilares sobreviventes.
Podemos prosseguir tranquilos e convictos porque sabemos (de ciência certa) que ‘nascer duas vezes’ é uma impossibilidade biológica.

O que impressiona e devia dar que pensar não só ao PS mas a toda a Esquerda são os recentes ‘desejos’ manifestados pela Engª. Isabel Vaz (CEO do grupo Luz Saúde) e, também, por Alexandre Fonseca (CEO da Altice) que pedem em coro a maioria absoluta para o PS link. Precisamente, no momento em que a Esquerda chega a um acordo sobre uma nova Lei de Bases da Saúde que não sendo o abracadabra dos problemas que este pilar social está envolvido e imerso é com certeza um instrumento para disciplinar, regular e reorganizar um sector social de vital importância para os portugueses.

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