CDS – Uma OPA bem-sucedida

O CDS que Freitas do Amaral e Adelino Amaro da Costa fundaram já não existia, mas é a revolta dos herdeiros contra os fundadores que ora se confirma com a vitória da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Juventude Popular (JP), nada de centrismos, sobre o que resta do partido.

O Chega deixou de estar sozinho no espaço que se alarga na Europa e que em Portugal começou a dar os primeiros passos nas últimas eleições legislativas. O VOX espanhol passou a ter dois partidos homólogos portugueses, o Chega e o CDS, este a precisar de mudar de nome.

Francisco Rodrigues dos Santos é um jovem inteligente, ambicioso e reacionário, um brilhante exemplo dos líderes que têm aberto caminho ao retrocesso civilizacional, no regresso os anos Trinta do século passado e ao advento dos totalitarismos de direita.

Quando Pires de Lima falou em democracia e tolerância, foi vaiado. Os congressistas pareciam toiros enfurecidos nas ruas de Pamplona ou talibãs a verem Meca invadida por porcos. A partir daí deixou de haver dúvidas sobre os sentimentos do Congresso.

A meio caminho entre o Chega e a Iniciativa Liberal, 46% dos 1449 sócios presentes no 28.º Congresso do CDS, votaram favoravelmente a OPA de Francisco Rodrigues dos Santos e só não estavam ainda preparados para se fazerem explodir e arrastarem consigo Pires de Lima, perigoso comunista. O Movimento Zero do PP saiu vencedor no CDS.

O PP que aí vem, que integrará Manuel Monteiro, pode não ser a comissão liquidatária do CDS, mas o início de um ruído feroz de ultraconservadores no campo dos costumes, homofóbicos, nacionalistas e xenófobos, e fanáticos neoliberais em termos económicos.

Os ventos vão de feição.  A escolha do pior foi o que pareceu melhor.

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