A União Europeia (UE), o Brexit e o reinocídio

A UE iniciou o mês de fevereiro com a redução drástica da área, do PIB, da segurança e da estabilidade, amputada do RU, numa aventura que abala a economia, os mercados e a paz, que os secessionistas comprometeram nos dois lados do Canal da Mancha.

A UE perdeu a segunda economia, a primeira potência militar e o país que equilibrava a ambição dos maiores. A UE ficou mais pobre e o RU mais dividido, isolado, decadente e xenófobo, a lamber feridas do império perdido, mais só, com instituições anacrónicas, em risco de reservar a Cruz de S. Jorge para a bandeira da Inglaterra e País de Gales.

O RU foi a esperança da Europa na mais velha democracia quando a horda nazi parecia invencível, e cumpriu o dever que alimentou essa esperança. Hoje é um país à procura de identidade perante a fronteira que ameaça rasgar o Acordo de Sexta Feira Santa e dilacerar de novo a Irlanda, o pendor europeísta da Escócia e os humores da presidência dos EUA, de que ficará cada vez mais refém.

Até Gibraltar e as Ilhas Malvinas podem ser um problema para a maior potência nuclear a leste da Rússia, enquanto se acentua a predisposição de offshore financeiro de que não prescindiu durante a permanência na UE.

A rainha de Inglaterra é a metáfora de um país decadente e envelhecido, enquanto a UE arrisca a explosão de nacionalismos e a implosão. Espanha, Itália e Bélgica aguardam a oportunidade para se fragmentarem, e a paz e prosperidade de 75 anos podem não durar muito no espaço para onde olham a Rússia e a Turquia e cujos mercados são disputados, com a sua progressiva irrelevância geoestratégica, pelos EUA, China e Índia.

Sem barreiras alfandegárias nem passaporte, apenas restará na UE o inglês, como língua comum da Europa cosmopolita e culta.

O meu entusiástico europeísmo sofreu uma dolorosa derrota.

Ponte Europa / Sorumbático

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