Partido Nazi – Um século depois (24-02-1920)
Há cem anos, Hitler reuniu cerca de 2.000 pessoas, a sua maior reunião até então, e, aí, expôs pela primeira vez os vinte e cinco pontos do manifesto do DAP, Partido dos Trabalhadores Alemães, que elaborara com Drexler e Feder, e mudou-lhe o nome para Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Nasceu o partido nazi.
Os traumas da guerra de 1914/18 e do Tratado de Versalhes propiciaram a difusão das ideias extremistas onde o nacionalismo, o antissemitismo, a mitologia da pureza da raça ariana e a imputação da origem judaica ao capitalismo internacional, acusado de lucros com a Guerra, alimentaram a insânia coletiva que nesse dia 24 de fevereiro de 1920 teve um batismo apoteótico.
As ideias nacionalistas são fáceis e germinar. A mitologia dos países cria-se para apelar aos instintos primários dos ressentidos, que vibram sempre com alegados heróis, santos e mártires, antepassados, sempre vitoriosos, graças à bravura, à proteção divina e à força da raça, ao contrário da população coeva, dominada por cobardes, traidores e corruptos.
A Europa, onde a Revolução Russa despertou horror e medo, tornou-se uma presa fácil de demagogos onde o fascismo e o nazismo se tornaram populares. A democracia deu lugar a sistemas autoritários e o ódio germinou entre povos num caminho eufórico para a tragédia que todos conhecemos e muitos procuram esquecer.
Um século depois assiste-se à orquestração dos mesmos medos, à ascensão de idênticos demagogos ao poder, à reedição da pusilanimidade dos que desistem de combater os Demónios nacionalistas, no mundo onde as mentalidades não conseguem acompanhar o ritmo das transformações tecnológicas, o avanço dos perigos globais e a insensatez dos líderes que definem a geoestratégia mundial.
A mais mortífera das guerras, o sofrimento dos povos, a demência totalitária e o apetite desenfreado do nacionalismo não serviram de vacina ao desvario que grassa de novo.
A própria Alemanha, país que mais sofreu e fez sofrer, com a chanceler Merkel, última grande estadista europeia, não conseguiu evitar a ressurreição dos demónios que querem reabilitar como heróis os que morreram a combater pelo mais hediondo dos regimes, a mais tenebrosa das ideologias, a mais fanática das crenças racistas.
Um século depois, renascem os mesmos preconceitos, o nacionalismo, a xenofobia, o antissemitismo e a indiferença perante os direitos individuais. As democracias estão em perigo e uma multidão de ressentidos espera quem os conduza numa espiral do ódio e de vingança.
Então, como agora, não faltaram jornalistas como Karl Harrer capazes de organizar os movimentos políticos que lançaram trabalhadores nos braços dos seus piores inimigos.
Hoje é o centenário de uma efeméride que não vi referida na comunicação social, e não esqueço que o nazismo foi especialmente alemão, mas movimentos homólogos seduziram e contagiaram a França, Espanha, Portugal, Itália, Polónia, Hungria, Áustria, Croácia e a generalidade dos países europeus, além das fortes simpatias que no próprio Reino Unido e EUA impediram uma resposta mais precoce à barbárie nazi/fascista.
É preciso não esquecer a tragédia que dilacerou o mundo.
Os traumas da guerra de 1914/18 e do Tratado de Versalhes propiciaram a difusão das ideias extremistas onde o nacionalismo, o antissemitismo, a mitologia da pureza da raça ariana e a imputação da origem judaica ao capitalismo internacional, acusado de lucros com a Guerra, alimentaram a insânia coletiva que nesse dia 24 de fevereiro de 1920 teve um batismo apoteótico.
As ideias nacionalistas são fáceis e germinar. A mitologia dos países cria-se para apelar aos instintos primários dos ressentidos, que vibram sempre com alegados heróis, santos e mártires, antepassados, sempre vitoriosos, graças à bravura, à proteção divina e à força da raça, ao contrário da população coeva, dominada por cobardes, traidores e corruptos.
A Europa, onde a Revolução Russa despertou horror e medo, tornou-se uma presa fácil de demagogos onde o fascismo e o nazismo se tornaram populares. A democracia deu lugar a sistemas autoritários e o ódio germinou entre povos num caminho eufórico para a tragédia que todos conhecemos e muitos procuram esquecer.
Um século depois assiste-se à orquestração dos mesmos medos, à ascensão de idênticos demagogos ao poder, à reedição da pusilanimidade dos que desistem de combater os Demónios nacionalistas, no mundo onde as mentalidades não conseguem acompanhar o ritmo das transformações tecnológicas, o avanço dos perigos globais e a insensatez dos líderes que definem a geoestratégia mundial.
A mais mortífera das guerras, o sofrimento dos povos, a demência totalitária e o apetite desenfreado do nacionalismo não serviram de vacina ao desvario que grassa de novo.
A própria Alemanha, país que mais sofreu e fez sofrer, com a chanceler Merkel, última grande estadista europeia, não conseguiu evitar a ressurreição dos demónios que querem reabilitar como heróis os que morreram a combater pelo mais hediondo dos regimes, a mais tenebrosa das ideologias, a mais fanática das crenças racistas.
Um século depois, renascem os mesmos preconceitos, o nacionalismo, a xenofobia, o antissemitismo e a indiferença perante os direitos individuais. As democracias estão em perigo e uma multidão de ressentidos espera quem os conduza numa espiral do ódio e de vingança.
Então, como agora, não faltaram jornalistas como Karl Harrer capazes de organizar os movimentos políticos que lançaram trabalhadores nos braços dos seus piores inimigos.
Hoje é o centenário de uma efeméride que não vi referida na comunicação social, e não esqueço que o nazismo foi especialmente alemão, mas movimentos homólogos seduziram e contagiaram a França, Espanha, Portugal, Itália, Polónia, Hungria, Áustria, Croácia e a generalidade dos países europeus, além das fortes simpatias que no próprio Reino Unido e EUA impediram uma resposta mais precoce à barbárie nazi/fascista.
É preciso não esquecer a tragédia que dilacerou o mundo.
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