O coronavírus, a infeção mediática e a inflamação política
A possibilidade de pandemia, a tragédia que ainda pode estar em curso e as previsíveis catástrofes futuras não justificam tudo. Não sei se é a necessidade de desviar a atenção de casos que põem em risco a democracia, nomeadamente as graves suspeitas surgidas no seio da magistratura judicial, que levam a comunicação social a este frenesim que a coloca ao serviço do coronavírus.
Sabemos mais sobre um português infetado no Japão, depois das sucessivas desilusões com suspeitas não confirmadas em território nacional, do que da situação de milhões de portugueses espalhados pelo mundo, no seu conjunto.
Já apareceu mais vezes a mulher do sr. Adriano Maranhão nas televisões do que todos os portugueses juntos que nos mais diversos países sofrem das mais variadas infeções e vírus desconhecidos.
Quem tenha acompanhado as declarações da referida senhora, há de ter-se dado conta da mudança de discurso ao longo dos dias e do salto dialético da mulher, justamente apreensiva com a doença do marido, para crítica ao Governo «pela falta de apoio do Estado (leia-se ‘Governo’) e da dificuldade no acesso à informação».
Não há um módico de decência e de reflexão para evitar o alarme social e impedir que cada português, em qualquer latitude, sinta o direito de reclamar o repatriamento, ainda que moralmente injusto, financeiramente incomportável e sanitariamente inaceitável.
A senhora D. Emmanuelle Maranhão é um produto da voracidade televisiva, uma fonte barata para preencher a ocultação dos problemas nacionais e internacionais.
Quando aparece um cidadão infetado com o coronavírus, tão ansiosamente esperado, o primeiro comprovadamente português, à falta de um em território nacional, não é uma pandemia que se teme, é o orgulho nacional que se resgata do desprezo do vírus.
Não se pouparam esforços para localizar a vítima, um navio de cruzeiros no Japão, nem os pormenores, desde a suspeita à confirmação da doença, da falta de apoio do Governo, que devia fazer não se sabe o quê, ao internamento num hospital na cidade de Okazaki, com a imprescindível referência à província de Aichi, onde se situa a cidade do referido hospital.
A TV infantiliza, estupidifica e ensandece, ao serviço de quem a detém, para que não se reflita e não se crie uma opinião pública formada e informada.
Sabemos mais sobre um português infetado no Japão, depois das sucessivas desilusões com suspeitas não confirmadas em território nacional, do que da situação de milhões de portugueses espalhados pelo mundo, no seu conjunto.
Já apareceu mais vezes a mulher do sr. Adriano Maranhão nas televisões do que todos os portugueses juntos que nos mais diversos países sofrem das mais variadas infeções e vírus desconhecidos.
Quem tenha acompanhado as declarações da referida senhora, há de ter-se dado conta da mudança de discurso ao longo dos dias e do salto dialético da mulher, justamente apreensiva com a doença do marido, para crítica ao Governo «pela falta de apoio do Estado (leia-se ‘Governo’) e da dificuldade no acesso à informação».
Não há um módico de decência e de reflexão para evitar o alarme social e impedir que cada português, em qualquer latitude, sinta o direito de reclamar o repatriamento, ainda que moralmente injusto, financeiramente incomportável e sanitariamente inaceitável.
A senhora D. Emmanuelle Maranhão é um produto da voracidade televisiva, uma fonte barata para preencher a ocultação dos problemas nacionais e internacionais.
Quando aparece um cidadão infetado com o coronavírus, tão ansiosamente esperado, o primeiro comprovadamente português, à falta de um em território nacional, não é uma pandemia que se teme, é o orgulho nacional que se resgata do desprezo do vírus.
Não se pouparam esforços para localizar a vítima, um navio de cruzeiros no Japão, nem os pormenores, desde a suspeita à confirmação da doença, da falta de apoio do Governo, que devia fazer não se sabe o quê, ao internamento num hospital na cidade de Okazaki, com a imprescindível referência à província de Aichi, onde se situa a cidade do referido hospital.
A TV infantiliza, estupidifica e ensandece, ao serviço de quem a detém, para que não se reflita e não se crie uma opinião pública formada e informada.
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