Ana Gomes e as eleições presidenciais
Marcelo Rebelo de Sousa será sempre o próximo PR. Aliás, na vigência da atual CRP, todos os presidentes foram reeleitos à primeira volta. Até Cavaco Silva.
O que pode aborrecer o atual e próximo inquilino de Belém não é a dúvida da reeleição, é a extensão da vitória, que desejaria comparar com a de Mário Soares e se arrisca a não ficar longe da de Cavaco.
A eventual entrada da embaixadora Ana Gomes na disputa eleitoral pode agitar todas as candidaturas, exceto a do PCP e a da extrema-direita, a primeira para fixar o eleitorado natural do partido e a outra para alargar a clientela do partido fascista, já representado na AR, e reunir as ruidosas e significativas hordas de racistas, xenófobos, misóginos e homofóbicos, novos e velhos nostálgicos salazaristas, inimigos da democracia.
O BE, que tem em Marisa Matias uma excelente candidata, com expetativa de alcançar percentagem superior à do partido, será a primeira vítima do eventual aparecimento de Ana Gomes, também mulher, com grande currículo profissional e político, de uma área mais favorável, e igual domínio da técnica dos debates. Menos empática, mas capaz de entrar em mais amplos sectores do eleitorado, uma vitória relativa transforma-a em séria candidata a PR nas eleições presidenciais seguintes, e Marcelo, com esta adversária, terá momentos difíceis contra quem é aguerrida e lhe conhece as vulnerabilidades.
Ana Gomes tem contra si os excessos do temperamento e o apoio de Francisco Assis, o Santana Lopes do PS, incapaz de conter o ressentimento contra o PM e líder do partido, mas a expetativa de substituir o atual PR, em 2025, arrastando toda a esquerda e alguma direita, pode ser uma motivação acrescida para quem conhece os corredores da política internacional e está preparada para o cargo. Basta a indisponibilidade de António Costa.
O PS não poderá apoiar oficialmente qualquer candidato e o PSD é obrigado a apoiar o antigo líder, enquanto os exibicionistas do costume conquistam a glória dos tempos de antena e atraem uma percentagem não negligenciável de votos, com Tinos, Cristinas e outros candidatos sem tino.
Apostila – Não voto em Ana Gomes e ficarei sem candidato óbvio, mas, ao contrário do que previa, a embaixadora não será outra Maria de Belém. A candidata que trazia no meu devocionário, Elisa Ferreira, é agora a comissária europeia da Coesão e Reformas.
O que pode aborrecer o atual e próximo inquilino de Belém não é a dúvida da reeleição, é a extensão da vitória, que desejaria comparar com a de Mário Soares e se arrisca a não ficar longe da de Cavaco.
A eventual entrada da embaixadora Ana Gomes na disputa eleitoral pode agitar todas as candidaturas, exceto a do PCP e a da extrema-direita, a primeira para fixar o eleitorado natural do partido e a outra para alargar a clientela do partido fascista, já representado na AR, e reunir as ruidosas e significativas hordas de racistas, xenófobos, misóginos e homofóbicos, novos e velhos nostálgicos salazaristas, inimigos da democracia.
O BE, que tem em Marisa Matias uma excelente candidata, com expetativa de alcançar percentagem superior à do partido, será a primeira vítima do eventual aparecimento de Ana Gomes, também mulher, com grande currículo profissional e político, de uma área mais favorável, e igual domínio da técnica dos debates. Menos empática, mas capaz de entrar em mais amplos sectores do eleitorado, uma vitória relativa transforma-a em séria candidata a PR nas eleições presidenciais seguintes, e Marcelo, com esta adversária, terá momentos difíceis contra quem é aguerrida e lhe conhece as vulnerabilidades.
Ana Gomes tem contra si os excessos do temperamento e o apoio de Francisco Assis, o Santana Lopes do PS, incapaz de conter o ressentimento contra o PM e líder do partido, mas a expetativa de substituir o atual PR, em 2025, arrastando toda a esquerda e alguma direita, pode ser uma motivação acrescida para quem conhece os corredores da política internacional e está preparada para o cargo. Basta a indisponibilidade de António Costa.
O PS não poderá apoiar oficialmente qualquer candidato e o PSD é obrigado a apoiar o antigo líder, enquanto os exibicionistas do costume conquistam a glória dos tempos de antena e atraem uma percentagem não negligenciável de votos, com Tinos, Cristinas e outros candidatos sem tino.
Apostila – Não voto em Ana Gomes e ficarei sem candidato óbvio, mas, ao contrário do que previa, a embaixadora não será outra Maria de Belém. A candidata que trazia no meu devocionário, Elisa Ferreira, é agora a comissária europeia da Coesão e Reformas.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Não gosto dos excessos de Ana Gomes, mas penso que tem toda a razão quando denuncia a corrupção como o maior cancro que aflige o regime e alavanca a Extrema-Direita... E gostaria de a ver ir às fuças a André Ventura...
Só votarei em Marcelo se este correr o risco de disputar uma segunda volta com o facho do Chega! Não porque haja risco de perder a reeleição, mas imagine-se o megafone que Ventura teria se chegasse à segunda volta, nem que fosse com 10%, por divisão de votos à Esquerda e à Direita. Aí, faço como a Esquerda que votou em Chirac em 2002 sem hesitação. E nem o farei com um dedo no nariz porque Marcelo, contrariamente a Chirac, é uma pessoa de bem...
O seu programa político é claro. Colocar os pobres contra os miseráveis e os marginalizados, dar aos cães raivosos alguns ossos para roer, como o fim do casamento gay ou a castração química de pedófilos (Ventura brinca que preferiria a física!) e aos ricos entrega-se o Estado que só deverá conservar as suas funções de guarda nocturno. Tramam-se os pobres enquanto estes ficam entretidos com o circo e se sentem muito felizes por pisar quem está mais abaixo ainda.
Como Trump, Putin e outras figuras menores do Leste Europeu, Ventura não é um fascista, é um neo-patrimonialista que quer acabar a fazer aquilo com que Passos e Portas nunca sonharam, lambuzar-se por completo no pote.
O que é absolutamente exasperante é pensar que há tantos que por fanatismo religioso, cinismo ou simplesmente por pura perfídia o seguem... O termo deplorável é aqui claramente insuficiente. Basta lembrar o que seria o Estado entregue a figuras como o ex-agente da PSP que está a ser investigado por burla e foi expulso da força por ter faltado três meses injustificadamente, e acabou candidato a deputado. Ou a Sousa Lara...
Porque claro, a ameaça para 'Europa Cristã' a tal que esquece o Evangelho e deixa milhares morrer no Mediterrâneo, é o casamento gay, a crise dos refugiados ou simplesmente o velho inimigo sionista... Não necessariamente por esta ordem.
A única forma de derrotar Ventura é esperar que haja um candidato forte da Esquerda que o consigne a um terceiro lugar bem humilhante. E essa derrota será só temporária, porque Ventura é um corredor de fundo. Desengane-se quem o desvaloriza por causa da fanfarronada. Não é defeito, é feitio...