O coronavírus e a comunicação social
Há quem acuse a comunicação social de não fazer investigação, de substituir as notícias por opiniões e aguardar que, dos tribunais, lhe soprem revelações em segredo de Justiça para que os julgamentos se façam na praça pública quando se duvida de acontecer outro.
Desta vez, no que respeita ao coronavírus, os jornais mantiveram informados os leitores, a rádio não falhou noticiários e, ao mínimo sintoma, as televisões deslocaram jornalistas e meios técnicos para todos os hospitais onde eram internados viajantes de longo curso, familiares de alguém que tivesse visitado a China ou com qualquer hipótese de ter sido infetado pelo coronavírus.
Ao mínimo sinal de febre, tosse e mal-estar, afligiam-se as redações; na gripe de alguma estudante chinesa entraram em frenesim; a cada espera do veredicto do Instituto Ricardo Jorge ficaram de prevenção equipas noticiosas, mas a desolação foi tomando conta das redações. Um país sem o seu coronavírus, não é um país, é um offshore da pandemia, o deserto de notícias, a frustração de quem queria anunciar um coronavírus português, um evento que nos colocaria ao nível dos países mais avançados no contágio.
Só o público mal-agradecido se regozija com sucessivas deceções das expetativas de um ou dois coronavirusinhos que salvassem a honra cosmopolita do Portugal em inho.
Baldadas que foram 10 suspeitas, era no 11.º caso que rádios, televisões, jornais e redes sociais apostavam para salvar a honra ferida da virgindade epidémica. Descartada a infeção no 11.º caso suspeito em Portugal, instalou-se a desolação, e só as missas, com apelos para não matarem velhinhos, quebraram a monotonia das viagens de longo curso do PR e as suas irrefreáveis declarações.
Há na mórbida procura de sangue, incêndios, desastres e pandemias uma demência que nos conduz à falta de discernimento e indiferença perante catástrofes iminentes que nos podem atingir.
A encenação de tragédias e o medo conduzem um povo à ausência de sentido crítico, ao embrutecimento coletivo e à neutralização da inteligência.
Desta vez, no que respeita ao coronavírus, os jornais mantiveram informados os leitores, a rádio não falhou noticiários e, ao mínimo sintoma, as televisões deslocaram jornalistas e meios técnicos para todos os hospitais onde eram internados viajantes de longo curso, familiares de alguém que tivesse visitado a China ou com qualquer hipótese de ter sido infetado pelo coronavírus.
Ao mínimo sinal de febre, tosse e mal-estar, afligiam-se as redações; na gripe de alguma estudante chinesa entraram em frenesim; a cada espera do veredicto do Instituto Ricardo Jorge ficaram de prevenção equipas noticiosas, mas a desolação foi tomando conta das redações. Um país sem o seu coronavírus, não é um país, é um offshore da pandemia, o deserto de notícias, a frustração de quem queria anunciar um coronavírus português, um evento que nos colocaria ao nível dos países mais avançados no contágio.
Só o público mal-agradecido se regozija com sucessivas deceções das expetativas de um ou dois coronavirusinhos que salvassem a honra cosmopolita do Portugal em inho.
Baldadas que foram 10 suspeitas, era no 11.º caso que rádios, televisões, jornais e redes sociais apostavam para salvar a honra ferida da virgindade epidémica. Descartada a infeção no 11.º caso suspeito em Portugal, instalou-se a desolação, e só as missas, com apelos para não matarem velhinhos, quebraram a monotonia das viagens de longo curso do PR e as suas irrefreáveis declarações.
Há na mórbida procura de sangue, incêndios, desastres e pandemias uma demência que nos conduz à falta de discernimento e indiferença perante catástrofes iminentes que nos podem atingir.
A encenação de tragédias e o medo conduzem um povo à ausência de sentido crítico, ao embrutecimento coletivo e à neutralização da inteligência.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
De acordo.
Siga a Marinha…
João Pedro