André Ventura – Talvez todos sejamos racistas

Chamar racista ao professor André Ventura, da Universidade Autónoma de Lisboa, com conhecimento aprofundado de hebraico e arábico, que concluiu com 18 valores o ensino secundário no Externato Penafirme, é especialista em futebol e licenciado em Direito na Universidade Nova, com 19 valores, é legítimo.

Que o insigne primata é académico erudito, prova-o o currículo publicitado na Internet, certamente verdadero.

O apoio de Passos Coelho ao seu candidato à autarquia de Loures, ao defensor da prisão perpétua, foi um suicídio político do protetor e do PSD enquanto o protegido tirocinava para altos voos neofascistas como debutante autárquico.

André Ventura é um académico distinto, cidadão execrável e político perigoso, capaz de recorrer aos mais baixos instintos de um povo que não digere a derrota colonial e não se revê no cosmopolitismo e na diversidade de que o fascismo o preservou.

Anteontem, após as declarações racistas e incentivadoras do ódio, em violação grosseira da CRP, a que a imunidade parlamentar isenta de sanções penais, enquanto o presidente da AR defendia a CRP, a honra do Parlamento e as vítimas do ódio grotesco, abandonou o Parlamento com os seus silenciados cúmplices, num gesto de exibicionismo grosseiro. Pareciam um bando de arruaceiros a lembrar os provocadores nazis do século passado.

Talvez todos sejamos racistas. Abomino os gangues que delapidaram bancos, os ciganos que receberam comissões dos submarinos, os esquimós que venderam as Águas de Portugal, os árabes que privatizaram os transportes, os beduínos que arruinaram os CTT, os indianos que venderam os setores de comunicações e energia, os chineses que destruíram a CGD, os índios que transformaram o País em reserva privada e os bandos de negros que quiseram desmantelar o Estado, em especial, aquele que cortou salários e pensões e aumentou a carga horária dos trabalhadores, e os indigentes culturais, que excluíram os feriados do 1.º de Dezembro e do 5 de Outubro do calendário da Pátria.

Peço desculpa por eventuais trocas étnicas nos grupos de malfeitores de cada ramo, mas a sanha contra os imigrantes, no meu país de emigrantes, só pode vir de um fascista.


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