A um passo da nudez
Quando havia respeito e ordem e, em S. Bento, habitava um devoto zelador da moral e dos bons costumes, a indecência era combatida sem tibiezas, e os jornais, só com fins didáticos, mostravam, a preto e branco, a audácia da devassidão, para a execrarem.
Nesse tempo de que agora ressuscitam almas atormentadas,
incluindo a única deputada do partido fascista, jovem e devota, que Deus a
guarde, não se viam os despautérios de agora.
O estímulo da líbido, que tantas almas perdeu, era uma
obsessão feminina que cabia aos homens impedir, e que os tempos de perdição ora
impedem.
Primeiro começou por se permitir às mulheres que mostrassem braços
e pernas, depois o seu consentimento para o casamento e, finalmente, a administração
de bens próprios, o divórcio, o acesso a profissões masculinas, como a
magistratura, carreira diplomática e integração nas Forças Armada e policiais.
Finalmente, foi retirado aos maridos o direito de impedirem
às mulheres as deslocações ao estrangeiro sem a sua autorização, escrita a com
assinatura reconhecida, e até passou a ser crime assassinar a mulher em
flagrante adultério.
Que tempos estes!
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