O ignorado 83.º aniversário do Professor Aníbal Cavaco Silva.

Há 83 anos, no dia de ontem, nasceu no Poço de Boliqueime Aníbal Cavaco Silva.

Apesar dos esforços para que o julguem vivo, desde a nova comenda saída do bazar de Belém, o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique, do apoio expresso ao atual presidente do PSD, à aliança com Marcelo para fazerem de Moedas e Luís Montenegro figuras respeitáveis, até às redações impressas sobre política, o Sr. Professor continua esquecido.

Desde a formação do Governo dos Açores, fiel à sua matriz genética, onde logo apoiou a aliança com o partido fascista, quando Rui Rio engolia o óleo de rícino que o ansioso José Manuel Bolieiro lhe serviu, o Sr. Professor tenta voltar a ser útil à pior direita, a sua.

Os devotos do homem que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava, do salazarista mais destacado da democracia, felicitam-no em privado, enquanto em público dizem o que ele disse de Ricardo Salgado, «nunca fui amigo dele».

Esta direita é ingrata. Nem os protegidos, desde Passos Coelho ao alfaiate da Esposa, de Maria Luís a Durão Barroso, e tantos outros, quebram o silêncio para felicitarem quem tanto se esforçou por manter a direita no poder, quem conspirou contra o PS, criando falsas escutas, e ameaçou com o caos o apoio do BE, PCP e PEV ao primeiro governo de António Costa.

Por mais roteiros que publique, por mais fel que destile contra a esquerda, passou a ser um ativo tóxico para a própria direita. Ontem, dia do 83.º aniversário do conselheiro de Estado mais absentista do órgão a que pertence, que lhe confere imunidade vitalícia, não se conheceu uma única manifestação de júbilo.

Esperava-se dos protegidos uma excursão à praia da Coelha, um bolo de aniversário e vozes afinadas a cantarem-lhe os parabéns, com eco mediático. Nada. Na ingratidão do silêncio viu-se a natureza desta direita.

Por tamanha ingratidão, desejo-lhe longa vida e saúde, certo de que as suas poupanças estão abrigadas. Faço votos para que tenha vivido um feliz aniversário, Prof. Cavaco, apesar da saudade do seu amigo e vizinho Oliveira Costa!

(Desenho do meu saudoso amigo Zé dalmeida)


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