O rei Carlos 3 e a Dona Camila
Em Londres, viajando na luxuosa carroça de três toneladas, com ar condicionado, o rei Carlos 3 e a D. Camila levaram as reais cabeças às coroas que as aguardavam na festa religiosa da coroação.
Eles e a monarquia viviam em união de facto desde setembro.
Faltava a bênção que os ungiu. Eram casados com a monarquia pelo civil,
passaram a reis sacramentados.
Carlos 3 já era o soberano da Casa de Windsor, Governador
Supremo da Igreja da Inglaterra e Comandante Supremo das Forças Armadas do
Reino Unido, último Estado dos EUA e sua principal base militar europeia. A partir
de hoje passa a Defensor da Fé.
O espetáculo continuou com numerosos figurantes e demasiados
figurões para continuar a ilusão do império pedido. Os parasitas das casas
reais e os figurantes das repúblicas foram adereços úteis ao circo montado à
volta do mais rico e ocioso dos soberanos.
Na luzidia exibição ficaram ensombradas muitas vaidades. O
chapéu da D. Letícia de Espanha, a semiesfera que lhe serviu de abajur, e a
farda do marido deixaram a roer-se de vergonha os presidentes vitalícios de casas
reais extintas.
A falta de humor e o ar sério dos comparsas leva-me a gritar:
Viva a República!
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