FÁTIMA (3)

Por Onofre Varela

Tal como disse no último texto, a hipótese de explicação que tenho para as aparições de Fátima é tão fantástica quanto a hipótese religiosa, porém mais credível por haver nela o uso de técnicas que, mercê dos nossos avanços tecnológicos e científicos, hoje podemos imaginá-las (o que não acontecia em 1917), embora não possamos concretizá-las. 

Para a minha proposta temos de encarar a existência de seres extraterrestres. O que não é difícil de imaginar… difícil será afirmar que num universo composto por milhares de galáxias – por sua vez compostas por milhões de planetas – seja o planeta Terra (um minúsculo grão de poeira no Universo) o único ponto do Cosmos a albergar vida inteligente. 

Há uma corrente de pensamento que diz ter sido a Terra visitada por alienígenas em tempos imemoriais, e os OVNI (que através dos séculos já foram observados em todas as partes do mundo, desde a Suméria de há 5000 anos, passando pelo Médio Oriente no tempo de Moisés e de Paulo de Tarso, até aos nossos dias) seriam prova disso. 

O leitor pode considerar ser uma hipótese demasiado fantástica e hilariante… mas a aparição de Maria sobre o cocuruto de uma azinheira, 1900 anos depois de ter morrido, debitando discurso em português para três crianças analfabetas que não souberam dizer o que viram, resulta igualmente fantástica (se não hilariante) por não ter um suporte técnico que a sustente, para além da crença que nada explica. 

Para a minha hipótese é de primordial importância a hora das aparições: o meio-dia. Ao meio-dia o Sol está no zénite. Isto é: está no topo de uma linha vertical traçada a partir da cabeça do observador. Só nesta hora solar poderia ocorrer o chamado “fenómeno do Sol”. 

Imagine o leitor (imaginação com suporte na ficção científica) que por sobre a Cova da Iria e das nuvens espessas que cobriam o céu naquele dia chuvoso, se posiciona uma nave tripulada por quem domina uma técnica que desconhecemos. Com recurso a essa prodigiosa técnica, é lançado algo a que chamarei “tela”, de cor azul-céu, entre a posição do Sol do meio-dia e a gente aglomerada na Cova da Iria. Depois, esse alguém dissipou as nuvens, criando uma espécie de túnel, ou corredor, deixando-nos ver a tela azul que foi tomada por céu. Sob ela colocaram um globo luminoso que foi identificado como sendo o Sol. Lúcia afirmou que o Sol do milagre era mais fosco do que o Sol de todos os dias, porque podia ser olhado sem protecção ocular. Logo, não era o Sol! 

A seguir, esse globo evolucionou no espaço, rodopiando, zigue-zagueando e chispando cores verdes, amarelas e vermelhas. (Coisas que o Sol não faz). Desse globo é projectada uma imagem holográfica sobre uma azinheira, representando uma forma humana muito luminosa. Nas primeiras interrogações do cónego Ferrão às três crianças pastoras, nunca elas disseram terem visto Maria, mãe de Jesus. Esse “reconhecimento” foi construído pouco a pouco pelo interrogador que incutiu tal ideia nas crianças. 

A imagem que agora é passeada em andor no recinto de Fátima, é uma construção de acordo com o culto, mas não com a realidade das aparições. As roupas daquela figura seriam justas ao corpo e com aspecto de serem acolchoadas. Não tapavam os pés, ficando pelo meio da perna, e a capa, que não cobria a cabeça, não ultrapassava os joelhos. A figura era estática, com um rosto de beleza ímpar, mas sem expressão. Não movimentava os olhos nem os lábios. Aquilo que poderia ser a sua voz aparentava-se a um “zumbido de abelha” (palavras de Lúcia, nos primeiros interrogatórios). 

Esta figura feminina não foi vista por mais ninguém, mas o OVNI de luz faiscante, movimentando-se em zigue-zague, foi visto por cerca de 50 mil pessoas, não só na Cova da Iria, mas por quem estava a 40 quilómetros de distância. Aquela encenação durou dez minutos. 

Depois a figura da senhora subiu e desapareceu no espaço, o Sol tomou o seu lugar e as nuvens tornaram a cobrir o céu. As pessoas ali reunidas disseram sentir um calor intenso durante aqueles 10 minutos, de tal modo que as roupas encharcadas pela chuva, secaram. Do céu caiu algo que foi tomado por pétalas de rosa, mas que se desfaziam ao tocar no solo, e a atmosfera tinha um odor estranho mas agradável (resíduos do “combustível/energia” usado pelo OVNI?). 

É claro que esta hipótese não explica nada! Se podemos aceitar a possibilidade técnica da concretização do fenómeno, fica uma série de perguntas à espera de respostas: Quem o produziu? Com que intenção? Alienígenas que estudavam (estudam) a nossa reacção, para aquilatarem do nosso desenvolvimento racional?!… Não sei. Mas sei que a explicação religiosa foi construída, e sei que os religiosos que defendem a aparição de Maria, também não sabem. Só creem!... E crer não é saber. Porém, há algo que destrona esta minha hipóteses, como veremos no próximo artigo.

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

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