TURQUIA – A democracia frustrada em país islâmico

Nunca fui neutral. Na Turquia sou opositor do autocrata que lenta e inexoravelmente se afastou da democracia para se aproximar do Corão – Recep Tayyip Erdogan.

A metódica perseguição aos juízes e a limpeza nas Forças Armadas dos militares que defendiam a laicidade teriam alarmado os EUA se a democracia lhes interessasse mais do que os negócios.

No próximo domingo não é apenas a Nato que sai derrotada coma vitória de Erdogan, é o regresso à democracia que ficará comprometido num país que se vira para Meca na fé e para Moscovo nos negócios.

O mito da compatibilidade da democracia com o carácter confessional do Estado turco é a retórica das democracias dos negócios contra as ditaduras do Eixo do Mal e só estas.

Há muito que o califa Erdogan vinha destruindo o Estado laico com a cumplicidade dos que agora aguardam a vitória da coligação de vários partidos contra o autoritarismo do proto-califa. Perseguiu os curdos, arruinou a independência dos Tribunais, amordaçou a comunicação social e perseguiu os oposicionistas perante a passividade euro-americana.

Com o domínio do aparelho de Estado, dos órgãos de comunicação social e de todas as alavancas do poder, seria milagre que o homem que atuou com a cumplicidade dos EUA e da União Europeia perdesse as eleições do próximo domingo. Nem ele consentiria.

A partir de domingo fracassará o sonho da democracia turca, com cereais e o gás russos a determinarem a política de Erdogan, enquanto a UE, sem política externa própria, fica à mercê dos EUA e receosa dos migrantes cativos na Turquia a troco de muitos euros.

A abertura das fronteiras turcas aos migrantes islâmicos que buscam a Europa agravará as tensões culturais.

O crescimento da extrema-direita fica assegurado na Europa e o Islão reforçado na Turquia.



Comentários

Monteiro disse…
Qual a diferença entre um Ismalita (Erdogan) e um Ismaelita (Aga Kan) Ou mesmo os bancos que em Portugal têm mais de 10.000.000 de Euros de lucro diário? Guterres bebeu em casa do Aga Kan em Paris, enquanto Primeiro-Ministro, uma garrafa de vinho que custava 6.000 contos e confessou que não achou o vinho nada de especial. Por graça li que no selo do Vaticano o único que está de joelhos é um negro. Enquanto isso cada vez vem mais ao cima que o Santo João Paulo II está envolvido numa teia de pedofilia, ele e o Bento, que se envolveram em grandes folias fazendo dele um falso santo.

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