Acabei de publicar no semanário Alto Minho (onde colaboro com textos em defesa do Ateísmo) uma série de cinco artigos sobre Fátima.

A partir de hoje, diariamente aqui publicarei um deles.

Boa leitura.


FÁTIMA (1)

Por Onofre Varela

Em Maio de 1917, no lugar da Cova de Iria (Ourém), três crianças que apascentavam gado, teriam observado algo que identificaram com a imagem de uma mulher luminosa, sobre uma azinheira. Até Outubro (espaço de seis meses), a observação repetiu-se mensalmente nos dias 13, fazendo crescer o interesse pelo fenómeno, mês após mês, levando ao lugar centenas de pessoas animadas pelo fervor religioso daquelas “aparições” testemunhadas pelos três pequenos pastores. 

Inicialmente a Igreja manteve-se afastada da crendice popular, negando as crianças. Mas os acontecimentos operados no lugar da azinheira, palco das aparições, foram de tal monta, que levaram os crentes a construírem toscos altares em forma de monumento. 

A deslocação de milhares de crentes e de curiosos àquele lugar, todos os dias 13, tomou conta da opinião pública e a Igreja não teve outro remédio se não aceitar as versões dos pequenos pastores... porém… com retoques. 

As três crianças garantiam que aquela senhora falante do cimo da azinheira, estava envolvida em luz, tinha cabelo curto e saia por baixo do joelho. A Igreja construiu outra imagem mais coerente com a tradicional ocultação de simbologia sexual. Os cabelos e as pernas, por serem “elementos de pecado”, foram tapados com um manto ao estilo das burcas islâmicas, e a imagem passou a ser adorada como sendo Maria, a mãe de Jesus Cristo. 

Na última aparição, a 13 de Outubro, o lugar da Cova de Iria estava apinhado de gente vinda de todo o país. Foram ali com o propósito de assistirem ao fenómeno que os pequenos pastores garantiam acontecer mensalmente. Se, até aí, as visões eram testemunhadas, apenas, pelas crianças, não tendo ninguém mais visto a tal senhora sobre a árvore, nem ouvido coisa alguma, naquele derradeiro dia aconteceu aquilo que, religiosamente, se acredita ter sido “o bailado do Sol”. O astro-rei moveu-se, zigue-zagueante!... Desceu, subiu e chispou luzes feéricas em todas as direcções. 

Os jornais dos dias seguintes noticiaram que aquele bailado solar também foi testemunhado por quem se encontrava a cerca de 40 quilómetros do lugar onde a gente se apinhava para assistir à aparição da senhora. Naquele dia, chovia. Ao meio-dia, a chuva parou. As nuvens dissiparam-se mostrando o Sol a mover-se. O calor era tanto que as roupas dos assistentes, ensopadas pela chuva ininterrupta, secaram.

 Este fenómeno movente do Sol causa sérias interrogações. Como se sabe, o Sol é o astro central do sistema planetário a que pertencemos, e não se move do seu lugar. As distâncias dos planetas ao astro que nos dá luz, calor e vida, são sempre as mesmas, ditadas pela movimentação elíptica de cada um deles nas suas órbitas, o que, no caso da Terra, nos permite termos Verão, Inverno e Vida! 

Se aquele globo faiscante não era o Sol (era impossível sê-lo)… então o que seria?… o que foi que viram as testemunhas do fenómeno? 

(Continua)

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico) 


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