M – O PR 20 O Exibicionista.
M. – O PR gosta de exibir poderes que não tem e de fazer birra quando, por culpa sua, é obrigado a meter a viola no saco.
M. – O PR tem como quase único poder constitucional o de
dissolver a AR, o que exibe como espada de Dâmocles, e deixou de ser levado a
sério quando ameaçou usá-lo e, por cobardia, não o usou.
M. – O PR esqueceu que o PM Sá Carneiro acusou publicamente o
PR Eanes de “desejo insaciável de poder” e o descreveu como o “cúmulo do
cinismo, da hipocrisia e da ambição pessoal”, e lhe imputou “mediocridade” e
“oportunismo» quando exerceu os poderes que a CRP lhe conferia.
M. – O PR não se recorda de que foi essa afronta a Sá
Carneiro que levou à revisão da CRP pelo PS e PSD para reduzirem os poderes do
PR, os poderes que agora lhe restam.
M. – O PR sabe que Mário Soares, mesmo assim, prestigiado
pela luta contra a ditadura, conseguiu usar – e mal –, sem legitimidade
constitucional, a sua influência para limitar o poder de Cavaco Silva.
M. – O PR podia recordar-se de Jorge Sampaio com a coragem
de usar o único poder de que dispunha, dissolver a AR, correndo o risco de
assumir os custos da decisão contra Santana Lopes, sem andar diariamente a
ameaçar Santana Lopes.
M. – O PR tem como referência a sua tosca criatura, o PR
Cavaco Silva, sábio que não leu Os Lusíadas e plantou no Público uma cabala
contra o PM, o vergonhoso caso das escutas, a pedir que a polícia investigasse tal
calúnia…, na campanha legislativa.
M. – O PR tem conseguido derrubar as lideranças do PSD, só
não conseguiu derrubar a do PS apesar de atrair a tralha do pior PS, os
ressentidos de Seguro que agora o apoiam e fingem que são herdeiros de Mário
Soares para regressarem à cartilha neoliberal.
M. – O PR é o coveiro desta segunda República. Falta ao PS e
ao PSD a coragem de se entenderem, quando ainda dispõem de 2/3 dos deputados,
para alterarem a CRP em sede de revisão.
M. – O PR é narcisista e incontinente verbal. É, como disse
Balsemão das preocupações dos seus amigos antes de o convidar para ministro,
«‘Estás a aproximar-te do escorpião da fábula, e tu serás a rã’».
M. – O PR assinou a sentença de morte da segunda República,
entre 1926 e 1974 houve ditadura, ao transformar o corriqueiro poder de
promulgação em especulação mediática. As greves dos professores que M. – O PR
apoiou, onde é que se viu isso, e depois disse que os professores não podiam
esticar a corda, acabou com a derrota de M. – O PR, a revelar em público,
desorientado, que a sua influência nos bastidores já não existia, que
promulgava o decreto-lei, e a mostrar que tinha sido reduzido à sua
insignificância.
M. – O PR denunciou em público a coação sobre o Governo na
decisão da contagem de tempo dos professores e permitiu aos sindicatos
responsabilizarem-no pela promulgação.
M. – O PR, na incontinência verbal e desorientação política,
subverteu a CRP e tornou urgente a revisão constitucional que mantenha os
atuais poderes do PR e o dispense do sufrágio universal que lhe confere uma
legitimidade que conflitua com a da AR, órgão de que o PM depende.
M. – O PR tornou perigosa a eleição do PR por sufrágio direto. É urgente rever a CRP para tornar governável Portugal.
Comentários
Na minha opinião, a maioria simples de deputados, com a diferença de não ver interrompido o mandato por falta de confiança de quem o elegeu, ao contrário do PM que cai com uma moção de desconfiança ou com a não aprovação do Orçamento.
Na ditadura o sufrágio universal foi abolido para evitar a vitória da oposição. Em democracia a oposição é legal.