O Banco de Portugal e o Governo de Montenegro

A mesquinhez do ministro das Finanças, Miranda Sarmento, para Mário Centeno, que julgava candidato a PR, decidiu-o a reunir a comissão de vencimentos do BP, porque não reunia há 12 anos. Presume-se que por culpa do atual governador.

Ora, sendo verdade (presumo) que a referida comissão não reunia há 12 anos, esqueceu o militante do PSD que nos primeiros 8 anos do período referido era governador Carlos Costa, proposto por um governo de Passos Coelho e reconduzido por outro de António Costa, não se vendo a urgência ou necessidade do ruído.

Hoje, depois do desaparecimento das razões que levaram aos ataques gratuitos, foi tal a raiva que logo o governo transmitiu (em off) aos media a intenção de não o reconduzir.

Talvez se arrependa quando confrontado com a leviandade de substituir um governador que cimentou o prestígio na Europa. Já tinha causado dissabores ao ora candidato a PR, Marques Mendes, que profetizou da tribuna de comentador que a hipótese de Centeno ser presidente do Eurogrupo, era uma piada do 1.º de abril. E foi mesmo presidente.

Miranda Sarmento, que só ainda governou 16 dias com o seu primeiro Orçamento, há de explicar aos portugueses e ao Banco Central Europeu, de quem depende o BP, que o ex-presidente do Eurogrupo, notável ex-ministro das Finanças doutorado em Harvard, pode ser substituído por um economista qualquer da Rua de S. Caetano à Lapa.

O precedente recente que o ministro Sarmento, ainda à experiência, se preparara para abrir, é incompatível com a postura de Estado. Não foi aberto pelos governos anteriores:

Vítor Constâncio (2000/2010)

Carlos Costa (2010/2020)

Mário Centeno (2020/ …)


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