União Europeia (UE), EUA e NATO

A UE, a bela utopia europeia do pós-guerra, teve em Jean Monnet e Robert Schuman as referências da sua criação e em Jacques Delors o arquiteto da estrutura atual.

A liberdade, democracia e respeito pelos direitos humanos são os valores fundacionais, a que juntou o desenvolvimento sustentável e um enorme desejo de paz surgido da tragédia em que o nazi/fascismo mergulhou a Europa.

Os aliados que se uniram na Europa contra o fascismo, RU, França, EUA e URSS, cedo se separaram e, para a defesa comum, os dois primeiros criaram a NATO em 1949 com os EUA, o país com forças armadas mais poderosas. Depois, em 1955, surgiu o Pacto de Varsóvia, a aliança militar simétrica dos países comunistas sob a hegemonia da URSS.

Quando, em 1991 o Pacto de Varsóvia se dissolveu, a Nato, continuou o braço armado contra o comunismo, e manteve-se, até hoje, depois da implosão da URSS, agora como instrumento da geoestratégia dos EUA, de que a UE se tornou satélite.

O regresso de Donald Trump à Casa Branca, com profundo desprezo pela UE, ameaça transformar a natureza da aliança num instrumento da sua deriva imperial.

A defesa dos membros da Nato contra ameaças externas pressupunha a exclusão de ameaças de anexação territorial dentro da aliança, o que foi posto em causa com o ultimato contra a Dinamarca, para estender o imperialismo americano à Gronelândia.

Perante a ameaça imperialista de Trump, é urgente definir o inimigo principal da UE e aproveitar a oportunidade da quebra unilateral da solidariedade entre os seus membros, pelo parceiro mais forte, e criar a defesa comum, alheia a quem nos despreza e combate.

Então, sim, é altura de pensar que percentagem do PIB precisamos de acordo com os inimigos possíveis.


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