Portugal e a divisão administrativa
Portugal nunca conseguiu fazer a necessária regionalização quando a deriva madeirense e açoriana não tinha ainda criado os anticorpos que a inviabilizaram no Continente, mas não têm faltado tentativas bem-sucedidas de multiplicar concelhos e freguesias ao sabor do bairrismo e dos oportunismos partidários para atrair votos.
Portugal tem hoje 308 concelhos e 3091 freguesias (2882 no
Continente + 155 RAA + 54 RAM), divisão a que falta racionalidade e sobra
despesa pública improdutiva.
Durante a Troica, para cortar despesas, foi imposta a
redução de autarquias, exigência que devia reduzir o número de concelhos e
acabou destinada à aglutinação de freguesias com redução mínima do número dos
seus autarcas.
Não são as juntas de freguesia que evitam o despovoamento
que a administração central não evitou, mas servem para avivar bairrismos e das
1168 então extintas regressam 350.
O que surpreende é a unanimidade partidária da proposta que
a AR vai discutir / votar. Até pode ser boa lei, mas é inaceitável que seja
proposta sem ter sido tema de discussão na campanha eleitoral. Pior, ninguém
divulga o custo para o erário.
Os partidos não podem continuar a comprar votos à custa do
erário.
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