Mensagens

A mostrar mensagens de março, 2025

A UE à deriva e o fim da guerra na Ucrânia

Imagem
Sou e continuarei fã incondicional da UE, ainda que quase tudo me contrarie na sua política internacional errática, mesmo quando a dirige a senhora Kaja Kallas, uma russófoba patológica, agora arredada das reuniões sobre o fim da guerra na Ucrânia. Defendo e continuarei a defender uma federação de Estados da UE, económica, social, militar e diplomaticamente integrados, sem complexos nacionalistas, na defesa da paz, do desenvolvimento sustentado e da democracia. A triste ironia desta guerra que os EUA e o seu instrumento militar (Nato) desejaram é a UE tê-la apoiado, desde o início, para lhe agradar, e o seu fim excluir a vítima, a própria Ucrânia, e a UE das negociações entre os EUA e a Rússia. Bastou mudar a visão geoestratégia da administração norte-americana e redefinir o seu inimigo principal, China, para se reconciliar com a Rússia e abandonar os seus antigos aliados. Enquanto Trump e Putin tratam dos despojos, assistimos hoje a um espetáculo dilacerante.  O RU foi o instrumen...

Aconteceu em 2 de março de 2001 no Afeganistão

Imagem
Há 24 anos, um país assolado pela miséria, minado pelo fanatismo, lacerado pela fome, proibiu às mulheres o acesso à educação e à saúde, e obrigou todos a observar rigorosos preceitos islâmicos e a renunciar aos mais elementares direitos humanos. Poderia ter acontecido em diversos locais do planeta, mas aconteceu num país com uma cultura antiquíssima cujo poder foi assaltado pelos tristemente célebres estudantes de teologia, vulgo talibãs, quando dois budas gigantes esculpidos em pedra nos séc. II e V foram destruídos com mísseis e espingardas automáticas para não serem adorados falsos ídolos que “insultam o islamismo”. Em todos os tempos e em várias religiões houve bárbaros que entenderam que os livros ou diziam o mesmo que o livro sagrado, e eram inúteis, ou diziam coisas diferentes, e eram prejudiciais.   A inteligência, a sensatez e a sensibilidade não são apanágio de uma só cultura, mas são contrárias à mais funesta de todas as misturas: a fé, a ignorância e o proselit...

Até às 20H00…

Imagem
Nenhum democrata aceita que o direito internacional seja postergado ou que as relações entre países se pautem pela submissão dos mais fracos aos desígnios dos mais fortes, mas, se a correlação de forças não favorece o direito, é leviandade insistir na força para chegar à derrota em vez de apostar na diplomacia para a evitar ou, no mínimo, atenuar. Nenhum democrata pode deslumbrar-se com Trump ou Putin, mas exige-se a quem decide que não se precipite a prometer o que não pode ou a dar o que não deve. Tenho sérias reservas à forma como a UE se submeteu aos interesses dos EUA e, pior, como apostou exclusivamente na vitória de Biden. E não subscrevo a narrativa com que se impediu a discussão da guerra na Ucrânia cujas consequências teremos de assumir. Digo sem a mínima ironia que os governos que foram solidários com Zelensky devem continuar a apoiá-lo se acreditarem na vitória sem a ajuda dos EUA. Caso contrário, é exaurirem os recursos financeiros para participarem na derrota conjunta. E ...