Marcelo, Montenegro e a decadência ética do regime – #montenegronaomarcelonunca

 Marcelo, Montenegro e a decadência ética do regime 

Marcelo, na sua exuberância e narcisismo começou o primeiro mandato em Belém com a satisfação de quem votou nele somada à dos que viram na sua chegada, urdida durante os longos anos de comentador, o reverso de Cavaco. 

Tal como tinha tecido a sua vitória eleitoral, paciente e sabiamente, depois dos desaires eleitorais no PSD e na Câmara de Lisboa, preparou a sua década de oiro: levar o PSD ao poder e sair de Belém com a popularidade de Mário Soares para tertúlias e palestras que o aguardariam graças à sua preparação intelectual, relações e carisma.

Tudo lhe correu bem até que, na pressa, a ansiedade o turvou depois de várias patifarias políticas que a popularidade encobria. Passaram a correr-lhe mal os cenários que teceu.

Furioso, parecia o Ventura a dar posse ao terceiro Governo de António Costa, depois da maioria absoluta, efeito secundário de uma dissolução escusada da AR. Veio depois o parágrafo saído da reunião com a PGR e, em vez de debilitar Costa, expulsou-o. Não contou com a honra ferida, a ética não é o seu forte.

Depois de duas dissoluções da AR o PR Marcelo levou 50 deputados ao partido fascista e um PM do PSD ao Governo, não exatamente o que queria nem quem desejava.

A chegada de Montenegro, quando havia muito dinheiro cativado para todo o mandato do PS, deu-lhe a popularidade que delapidou. Foi aqui que os negócios e a empresa, que criou para eles, ensombraram a sua honra pessoal arrastando consigo a dos ministros que o acompanham e ligaram o seu destino ao dele. 

Montenegro, enredado na teia de suspeições, com avenças de casinos e gasolineiras que andaram de mão em mão até aos filhos e a situação idêntica à de Manuel Pinho, negou-se a a dar explicações. E, em vez de se demitir e pedir desculpa, arrastou o Governo, o PSD, o PR, o regime e o País para a lama.

Com o PR e o PM desacreditados, e o país a acreditar num almirante de que se ignora o pensamento, qual D. Sebastião, não é só a desonra do homem que preside ao Governo que está em causa, é a decadência ética do regime que ameaça a democracia.

A crise não nasceu no Governo, nasceu, cresceu e rebentou numa empresa suspeita de contratos com câmaras do PSD, de receber avenças e, parece, de traficar influências a partir da casa de Espinho, do telefone e da sociedade do PM com a mulher e filhos. 

E, à semelhança de Trump, Montenegro prefere arrastar o País para eleições esperando lixiviar comportamentos censuráveis com uma vitória eleitoral. Trump teve um triunfo avassalador.


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