Até às 20H00…
Nenhum democrata aceita que o direito internacional seja postergado ou que as relações entre países se pautem pela submissão dos mais fracos aos desígnios dos mais fortes, mas, se a correlação de forças não favorece o direito, é leviandade insistir na força para chegar à derrota em vez de apostar na diplomacia para a evitar ou, no mínimo, atenuar.
Nenhum democrata pode deslumbrar-se com Trump ou Putin, mas exige-se a quem decide que não se precipite a prometer o que não pode ou a dar o que não deve.
Tenho sérias reservas à forma como a UE se submeteu aos interesses dos EUA e, pior, como apostou exclusivamente na vitória de Biden. E não subscrevo a narrativa com que se impediu a discussão da guerra na Ucrânia cujas consequências teremos de assumir.
Digo sem a mínima ironia que os governos que foram solidários com Zelensky devem continuar a apoiá-lo se acreditarem na vitória sem a ajuda dos EUA. Caso contrário, é exaurirem os recursos financeiros para participarem na derrota conjunta. E responderão por ela junto do eleitorado.
Perante o desacordo que grassa na UE em que Macron procura liderá-la contra a Rússia, com a senhora Meloni a não reconhecer a sua liderança e Robert Fico e Viktor Orban a discordarem abertamente, não é o regresso do PM do RU a juntar-se à maioria da UE que pode garantir a vitória de Zelensky sobre a Rússia.
Ontem, em Portugal, perante a mais grave crise de credibilidade deste governo, o PM aguardou para hoje desculpas para não se demitir enquanto assinou acordos de intenções com a França e se comprometeu a comprar-lhe 36 sistemas de artilharia Caesar.
E foi mais rápido a manifestar o seu apoio a Zelensky do que a esclarecer as suspeitas que, daqui a uma hora, vai ter de atamancar. 19H00.
Comentários
Não será mais prudente procurar uma convivência em novos moldes, atendendo também aos interesses contrários, que a Rússia sempre ali continuaria, mesmo que que a fantasia da vitória acontecesse?!