A UE à deriva e o fim da guerra na Ucrânia
Sou e continuarei fã incondicional da UE, ainda que quase tudo me contrarie na sua política internacional errática, mesmo quando a dirige a senhora Kaja Kallas, uma russófoba patológica, agora arredada das reuniões sobre o fim da guerra na Ucrânia.
Defendo e continuarei a defender uma federação de Estados da UE, económica, social, militar e diplomaticamente integrados, sem complexos nacionalistas, na defesa da paz, do desenvolvimento sustentado e da democracia.
A triste ironia desta guerra que os EUA e o seu instrumento militar (Nato) desejaram é a UE tê-la apoiado, desde o início, para lhe agradar, e o seu fim excluir a vítima, a própria Ucrânia, e a UE das negociações entre os EUA e a Rússia.
Bastou mudar a visão geoestratégia da administração norte-americana e redefinir o seu inimigo principal, China, para se reconciliar com a Rússia e abandonar os seus antigos aliados. Enquanto Trump e Putin tratam dos despojos, assistimos hoje a um espetáculo dilacerante.
O RU foi o instrumento dos EUA para destruir a UE e a sua saída foi o mais rude golpe desde a sua fundação. E quando se esperava que a UE tentasse estabelecer pontes entre a Rússia e os EUA, é em Londres, fora da UE, que se procura alguém para representar o que chamam Europa.
Sendo a Rússia tão europeia quanto a Ucrânia, e não sendo esta da UE ou da Nato, não se percebe que continuemos a ter o país que sempre alinhou a sua política externa pela dos EUA como anfitrião e possível intermediário da UE para assistir ao tratado de paz entre a Ucrânia e a Rússia mediado pelos EUA.
É deprimente ver o sr. Mark Rutte a defender que Zelensky peça desculpa a Trump por ter sido humilhado e que se peça à Turquia que ajude a Europa no imbróglio em que se meteu. Mark Rutte ainda insiste nos 5% para Defesa, isto é, para a compra de armas aos EUA, armas para continuarmos seus vassalos.
Pelos vistos, a Turquia, a caminho do Califado islâmico, é mais recomendável do que a Rússia cujo líder atual pode dar lugar a um democrata de religião ortodoxa ou nenhuma. Na Turquia, em reislamização acelerada, é que é difícil a evolução para a democracia.
António Costa e Ursula von der Leyen continuam arredados das negociações e são Keir Starmer e o intragável empregado de Trump, Mark Rutte, que os substituem quando, na UE, só Viktor Orbán, Fico e a senhora Meloni gozam das boas graças de Washington.
Porca da vida!
Comentários