Calouste Gulbenkian e Mark Rutte
O Benfeitor e o Malfeitor dos 5%
Durante muitos anos só conheci Calouste Gulbenkian, o senhor arménio que detinha 5% das petrolíferas e deixou uma Fundação, com o seu nome, que presta valiosos serviços à cultura e à ciência, o que lhe vale o epíteto de benfeitor.
Recentemente, conheci Mark Rutte, político holandês, a prestar serviço aos EUA, agora como ventríloquo de Trump, que arrasta a UE para o armamentismo com imposição de 5% dos orçamentos de cada um dos seus países para compra de armas e munições para a Nato, uma aliança militar ao serviço dos EUA.
Tendo os EUA mudado de inimigo, entende Rutte que cabe a todos os países da UE a prossecução da guerra e a continuarem aliados dos EUA contra os próximos inimigos, à custa dos orçamentos de cada país. É, até prova em contrário, um malfeitor.
O que surpreende é a genuflexão dos líderes que confundem os interesses da UE com os da Nato e deixam à solta Macron e Keir Starmer, ambos a procurarem os benefícios dos empréstimos, contraídos por todos, para ampliarem os negócios de armas e munições de cada um. Ora, Starmer é o líder do RU, país satélite dos EUA que saiu da UE, e Macron o líder desacreditado em França que pretende reabilitar-se a colher benefícios. E ambos se digladiam na defesa de interesses próprios.
Com a UE vítima das tarifas de Trump, o indomável patife que despreza os europeus e abomina a UE, Starmer, em vez de ser unir aos países que desejam a resposta unânime aos 20%, deserta e negoceia os amigáveis 10 %, que lhe permitem lucros a intermediar produtos europeus enquanto Trump não destruir a economia dos EUA.
Se não fosse a alma de vassalos de António Costa e Von der Leyan, estariam a aplicar os recursos da UE para atrair professores e investigadores das universidades dos EUA para a UE, disponíveis após os cortes federais de Trump.
Se não fosse o masoquismo, em vez de escolherem para inimigos os dos EUA, estariam a defender a Gronelândia e a procurar novos amigos e uma política comum na defesa da democracia e da paz.
Quando Viktor Orbán recebe, com honras de Estado, Netanyahu, um foragido do TPI, tal como Biden e Trump, a UE não pode exigir à Hungria o que permite aos EUA, um país onde a pena de morte e outras ignomínias são aceites como normais.
Agradeceremos a Trump a liberdade para a UE se libertar da tutela dos EUA. Basta que os dirigentes expliquem os benefícios da União, que deus provas e teve nos fundadores o sonho de que Jacques Delors foi o mais consequente realizador.
Mas é preciso avançar já, antes que Musk, Bezos e Zuckerberg,
os criadores de Trump, se virem contra a criatura. As perdas nas Bolsas estão a
pô-los nervosos!
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