Eleições legislativas 2025

Enquanto o PSD apoiar Montenegro nunca mais se discute o essencial, a economia e o esforço orçamental para a Defesa, aliás, indissociáveis. É intolerável que a imigração, com que imita o Chega, possa impedir a discussão de temas em que o governo falhou. Até transformou o corriqueiro ato administrativo da expulsão de imigrantes irregulares em proclamação eleitoreira à moda de Trump. Nisso o PSD é brilhante! E esonesto.

Sendo tão pouco o que divide PS e PSD, ambos cada vez mais à direita, é inaceitável que o PSD desvie atenções do líder que não cumpriu obrigações declarativas e recebeu avenças, agora nas mãos dos filhos, ameaçando jornalistas e deputados da oposição com a devassa das comunicações para inibir o escrutínio mediático da conduta ética do PM.

O governo conseguiu, durante o apagão, com falhas do INEM, SIRESP, Proteção Civil e da sua própria comunicação, à população e aos bombeiros, deixar a impressão de ter sido ele a repor a normalidade alcançada pela REN. É eficaz na propaganda, mas não resistirá a mais um ano, desta vez a governar com o seu primeiro Orçamento.

Montenegro pode voltar a ser PM, ter até maioria absoluta, o efeito Trump pode repetir-se, já aconteceu na economia, com o PIB a recuar 0,3% nos EUA e 0,5% em Portugal no primeiro trimestre deste ano. O que não pode é fugir ao escrutínio do país.

Enquanto não houver Defesa comum da UE, não cabe a Von Leyen, muito menos a Kaja Kallas, nem a António Costa, que Marcelo derrubou e lhe permitiu ir para Bruxelas. Por enquanto a Defesa é assunto de cada País e, em Portugal, só o almirante o referiu, e não mais ameaçou que é nossa obrigação morrer onde a Nato mandar. Urge saber a posição dos partidos para cada um de nós decidir o voto.

A Defesa é despesa e não quero que Portugal compre armas para nos mandar morrer na Gronelândia ou em outro lugar onde a UE for ameaçada sem conhecer a ameaça. Com o aumento dos nacionalismos é mais provável uma guerra interna do que a invasão de um país extracomunitário e os exércitos nacionais não garantem a defesa comum.

É importante revisitar a História que os arautos da guerra nunca leram ou escondem. E a campanha eleitoral para as legislativas não pode passar à margem da discussão.  

Estão em causa as pensões, a Saúde e o combate às alterações climáticas. É preciso que os cidadãos discutam o assunto antes de obedecer a Mark Rutte que salvou o seu cargo na Nato repetindo os 5% alvitrados pelo patrão Trump.

E está a ser caninamente seguido pelos líderes dos países da UE ao arrepio dos povos.


Comentários

JA disse…
Neste País que é o nosso, bem como no espaço político europeu a que pertencemos, já não dá para fingir que vivemos em Democracia! Somos chamados a participar em eleições, mas não podemos ignorar que um acto da maior importância na afirmação da vontade de um povo se transformou em mero formalismo, sem qualquer relevância prática. Atraiçoaram ABRIL e estão a cansar-nos para poderem mansamente destruir o sonho lindo que tivemos naquele dia radioso. Depois, fingem-se indignados com o avanço da extrema-direita! Não só não abordam as questões que nos empecilham a vida do dia-a-dia, como procuram distrair-nos dos problemas globais que o mundo enfrenta. Entre outros dislates, querem extorquir-nos 800 mil milhões de euros para entregar aos senhores da guerra, sem nos pedirem opinião! Para isso, contam com o frete escandaloso da comunicação social e "jornalistas" que a servem, com comentadores zelosos a servir os donos, com uma indústria de entretenimento pueril e pacóvia que nos anestesia. Ah, e servem-nos um consumismo voraz de pechisbeque para que nos sintamos importantes!
Concordo com tudo aquilo que escreve, gabo-lhe, até, alguma "fé" nalguns dos agentes políticos que nos trouxerem até este estado de coisas - e que eu apoiei até há pouco - mas precisamos de mais: precisamos de invocar de novo o espírito de Sophia e, já agora, o activismo de Fanhais, para lembrar aos farsantes e, especialmente, aos distraídos que "vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar...", integralmente, para vincar:

Cantata de paz
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar

Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror

A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças

D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados

Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado.

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