25.º aniversário da morte de Sá Carneiro

Faz hoje 25 anos que o fundador do PSD encontrou a morte num trágico acidente (ou num acto de sabotagem) a bordo de um avião que se despenhou em Camarate.

Sá Carneiro combateu a ditadura na Assembleia Nacional – o instrumento que servia de fachada democrática ao regime e onde se acoitavam os deputados fascistas do partido único – União Nacional –, crismada por Marcelo Caetano de Acção Nacional Popular.

Sá Carneiro sucedeu a Pinto Leite, também desaparecido em desastre, liderando a ala democrática onde Pinto Balsemão, Miller Guerra, Mota Amaral e Magalhães Mota sentiram a inutilidade de querer transformar uma ditadura em democracia.

Sá Carneiro é uma figura histórica de relevo que as circunstâncias trágicas do seu desaparecimento elevaram à categoria de mito. Foi, sem dúvida, um democrata e um político de grande envergadura. Merece, pois, esta evocação.

Apostila 1 – Sá Carneiro perderia a vida quando desesperadamente pretendia evitar a eleição de Ramalho Eanes, agora o mais destacado apoiante de Cavaco Silva.

Apostila 2 – Sá Carneiro queria integrar o PSD na Internacional Socialista e foi sempre social-democrata. Deixou um partido que, desde liberal a conservador e populista, já foi tudo e o seu contrário.

Apostila 3 –Eurico Dias Nogueira foi o bispo que se opôs ao funeral religioso por causa da união de facto que Sá Carneiro mantinha com Snu Abecassis, situação imposta pela Concordata negociada entre o regime fascista e Pio XII, que lhe impedia o casamento.

Apostila 4 – As exéquias fúnebres tiveram a bênção religiosa, uma dimensão nunca vista e um aproveitamento político obsceno que não evitou a derrota do candidato do PSD.

Comentários

el s (pc) disse…
Adenda à segubda apostila.

Sá Carneiro queria integrar o PSD na Internacional Socialista, facto que Mário Soares vetou...

...tb é preciso que se diga.
Anónimo disse…
el__sniper:

Rigorosamente verdade.

Aliás, foi a única razão porque o PSD não integrou a Internacional Socialista.

Se Mário Soares se não tivesse oposto, tal como em Itália, Portugal teria dois partidos a integrar o grupo.
Anónimo disse…
- Ó dr. Sá Carneiro, isto dos programas políticos não é para levar tão a sário!
(Mário Soares, ontem, na SIC, explicando que convidou Sá Carneiro a filiar-se no PS, mas que este recusou por o programa ser demasiado marxista)

Comentários:
1. Soares no seu melhor: tudo pode ser preto e/ou branco, ao mesmo tempo, consoante os interesses soaristas;
2. De cada vez que abre a boca, Soares enterra-se um bocadito mais. (E não descola dos 10%, apesar de ter entrado em campanha em Agosto!!!)
Anónimo disse…
- Ó dr. Sá Carneiro, isto dos programas políticos não é para levar tão a sério!
Anónimo disse…
se o psd fosse da internacional socialista, a direita ficava vazia.
era uma nova união nacional, desta vez de esquerda.
aliás, se bem me lembro, até o cds não enjeitava completamente o socialismo marxista.
Anónimo disse…
Gosto especialmente desta:
Apostila 3 –Eurico Dias Nogueira foi o bispo que se opôs ao funeral religioso por causa da união de facto que Sá Carneiro mantinha com Snu Abecassis, situação imposta pela Concordata negociada entre o regime fascista e Pio XII, que lhe impedia o casamento.

Viva Sá Carneiro! Viva Snu Abecassis! Viva o amor!
Abaixo os totalitarismos morais e hipócritas!
Mano 69 disse…
Apostila 4 = cruzes canhoto...
Anónimo disse…
Esse Eurico foi sempre um filho da puta
Anónimo disse…
o comentário é manifestamente ofensivo não apenas da pessoa em causa mas também da liberdade de expressão, em especial sob anonimato.
Anónimo disse…
Anónimo das 3:06

Tem toda a razão.

Acontece apenas que eu tenho relutância em apagar qualquer comentário.

Além disso, a expressão, pela sua frequente utilização também não tem a carga ofensiva que se lhe quer atribuir.

É um desabafo indelicado, mais que uma ofensa.

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