Quero a eutanásia...
Depois da morte dramática de Ramón Sanpedro, um galego que pôs fim ao pesadelo de uma vida de tetraplégico «Sou uma cabeça se corpo», o problema da eutanásia regressa.
O apelo lancinante de Piergioigio Welby, um italiano em fase terminal, comoveu o Chefe do Estado, Giorgio Napolitano, a ponto de o convencer a pedir um debate sobre a eutanásia.
Os do costume esforçam-se por impor os seus preconceitos a toda uma sociedade mas há problemas que não podem ser iludidos. A discussão é uma necessidade urgente e as leis de um Estado laico não podem ficar reféns das convicções particulares que, de forma totalitária, alguns querem impor a todos os outros.
Comentários
"Senhor Presidente, quero a eutanásia"
Não é uma prática corrente e tem a ver com o fim de uma vida. Portanto trata-se de uma decisão delicada. A lei não deve (não tem esse direito...) ser taxativa dizendo NÃO. Eu entendo que a decisão não deve estar na posse da lei. O que a lei deve conter é deixar ao potencial utilizador a possibilidade de ser ele a decidir, ou, em sua falta, a família mais próxima. Entendo que é um direito desse potencial utilizador dizer sim ou não. É claro que a Igreja Católica vai dizer NÃO, porque, argumentará dizendo que não é permitido acabar com a vida. Errado... porque já não há vida. Entenda-se por ter vida quando temos a possibilidade de a gerir. Caso contrário não. Sou a favor...
JS
Portugal precisa deste debate!
O direito a pôr fim à dor e ao sofrimento intolerável deve ser reconhecido por uma República que respeite a dignidade de cada pessoa.
O mundo de horror é o que existe.
O «abafador» é personagem de Miguel Torga e não é ficção.
Os países, mais tarde ou mais cedo, têm de criar legislação para evitar males maiores.
A esperança de vida é hoje muito superior aos tempos passados.
Essa esperança foi aumentando com a técnica medical, e melhores condições de vida.
A esperança de vida vai continuar a aumentar, mas seremos cada vez mais doentes. Ou seja por um lado, com o progresso vivemos mais velhos, mas cada vez mais doentes.
Quando a média de vida era de 45 anos, não existia doentes de Alzheimer e outros Parkinson.
E venham-me dizer, quando estamos totalmente incapacitados, que Deus assim o quer. (Fomos criados à sua imagem).
Mas cuidado, o cruzado do concelho vizinho, vai levantar mais umas cruzadas.
Por amor de Deus!
Depois do aborto, mais defesa da morte com a ignóbil eutanãsia.
Os comunas ateus e a sua cultura de morte.
Cada um morrerá quando o nosso Criador assim decidir. Não somos nós. Em última instância, a vida não é nossa, é de Nosso Senhor que nos levará quando bem entender.
Um pouco como nas "As Intermitências da Morte" de José Saramago.
Mas, o comentário anterior levanta-me outra dúvida, menos metafísica.
Tratando-se a eutánasia e a interrupção voluntária da gravidez - não alinho com a designação "aborto" tão do agrado da Direita e da Igreja com o fim de achincalhar - de problemas essencialmente éticos e do foro da dignidade humana, pergunto:
- Eles, aparentemente complementares na sua raiz, não poderiam (deveriam) ser tratados simultaneamente?
PS- Pelos homens e mulheres deste País. Sem interferência divina.
"QUERO A EUTANÁSIA..."
Nunca um post de Carlos Esperança foi tão correcto
Por favor, para bem de todos nós, Carlitos, cumpra o que promete... se quer execute... obrigado