Quero a eutanásia...

Ramón Sampedro

Depois da morte dramática de Ramón Sanpedro, um galego que pôs fim ao pesadelo de uma vida de tetraplégico «Sou uma cabeça se corpo», o problema da eutanásia regressa.

O apelo lancinante de Piergioigio Welby, um italiano em fase terminal, comoveu o Chefe do Estado, Giorgio Napolitano, a ponto de o convencer a pedir um debate sobre a eutanásia.

Os do costume esforçam-se por impor os seus preconceitos a toda uma sociedade mas há problemas que não podem ser iludidos. A discussão é uma necessidade urgente e as leis de um Estado laico não podem ficar reféns das convicções particulares que, de forma totalitária, alguns querem impor a todos os outros.

Comentários

Anónimo disse…
Ó meu ... eu dou-te a minha !
Anónimo disse…
PORTO, 2006.09.26

"Senhor Presidente, quero a eutanásia"

Não é uma prática corrente e tem a ver com o fim de uma vida. Portanto trata-se de uma decisão delicada. A lei não deve (não tem esse direito...) ser taxativa dizendo NÃO. Eu entendo que a decisão não deve estar na posse da lei. O que a lei deve conter é deixar ao potencial utilizador a possibilidade de ser ele a decidir, ou, em sua falta, a família mais próxima. Entendo que é um direito desse potencial utilizador dizer sim ou não. É claro que a Igreja Católica vai dizer NÃO, porque, argumentará dizendo que não é permitido acabar com a vida. Errado... porque já não há vida. Entenda-se por ter vida quando temos a possibilidade de a gerir. Caso contrário não. Sou a favor...
JS
andrepereira disse…
Bom tema.
Portugal precisa deste debate!
O direito a pôr fim à dor e ao sofrimento intolerável deve ser reconhecido por uma República que respeite a dignidade de cada pessoa.
Braveman disse…
compreendo perfeitamente que alguém queira morrer. compreendo que é difícil. Mas não nos podemos esquecer, cada vez mais caminhamos para a banalização da vida, onde chegará?
Anónimo disse…
O tema eutanásia não é fácil. Qualquer lei traz a possibilidade de abusos. Depois do candidato a eutanasiado receber o direito a decidir sobre a sua própria vida, alguém vai pedir para esse direito ser estendido à família mais próxima. Depois, até o próprio Estado vai achar que tem direito a eutanasiar doentes terminais para aumentar a produtividade hospitalar. Não criem um mundo de horror.
Anónimo disse…
António Parente:

O mundo de horror é o que existe.

O «abafador» é personagem de Miguel Torga e não é ficção.

Os países, mais tarde ou mais cedo, têm de criar legislação para evitar males maiores.
Anónimo disse…
Sou a favor.
A esperança de vida é hoje muito superior aos tempos passados.
Essa esperança foi aumentando com a técnica medical, e melhores condições de vida.
A esperança de vida vai continuar a aumentar, mas seremos cada vez mais doentes. Ou seja por um lado, com o progresso vivemos mais velhos, mas cada vez mais doentes.
Quando a média de vida era de 45 anos, não existia doentes de Alzheimer e outros Parkinson.
E venham-me dizer, quando estamos totalmente incapacitados, que Deus assim o quer. (Fomos criados à sua imagem).
Mas cuidado, o cruzado do concelho vizinho, vai levantar mais umas cruzadas.
Anónimo disse…
Eu não acredito.
Por amor de Deus!
Depois do aborto, mais defesa da morte com a ignóbil eutanãsia.
Os comunas ateus e a sua cultura de morte.
Cada um morrerá quando o nosso Criador assim decidir. Não somos nós. Em última instância, a vida não é nossa, é de Nosso Senhor que nos levará quando bem entender.
Anónimo disse…
Ao ler o comentário do "pai de família" - não sei porquê lembrei-me das "mães de Bragança" - fiquei a cogitar se os entes que não pertecem ao "reino de Deus" correriam o risco de ficar esquecidos e, deste modo, viveriam por cá longos e intermináveis anos.
Um pouco como nas "As Intermitências da Morte" de José Saramago.

Mas, o comentário anterior levanta-me outra dúvida, menos metafísica.

Tratando-se a eutánasia e a interrupção voluntária da gravidez - não alinho com a designação "aborto" tão do agrado da Direita e da Igreja com o fim de achincalhar - de problemas essencialmente éticos e do foro da dignidade humana, pergunto:
- Eles, aparentemente complementares na sua raiz, não poderiam (deveriam) ser tratados simultaneamente?

PS- Pelos homens e mulheres deste País. Sem interferência divina.
Anónimo disse…
Titulo deste post:
"QUERO A EUTANÁSIA..."

Nunca um post de Carlos Esperança foi tão correcto

Por favor, para bem de todos nós, Carlitos, cumpra o que promete... se quer execute... obrigado

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