Polónia – difíceis caminhos da democracia

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Se as sondagens se confirmarem, os exóticos gémeos polacos que ocupam a presidência da República e do Governo, podem ser varridos como lixo para o caixote da história.

A parelha de manos homozigóticos, em vez de se preocupar com o bem-estar do povo, preferiu envolver-se numa odiosa campanha de perseguição anticomunista, com apelos à delação, na histeria homofóbica e na luta contra a IVG, mesmo nos casos de risco de vida para as mães.

A cruzada moral destes apóstolos foi acompanhada de frequentes ameaças de bloqueio ao tratado que Portugal tem a incumbência de fazer aprovar para que a União Europeia funcione. A tradição democrática e o fervor humanista dos polacos têm variado na razão inversa da devoção que consagram ao Papa João Paulo II.

Os inefáveis manos podem pagar caro os desvarios da «revolução moral» que quiseram conduzir a partir do aparelho de Estado. Ao expulsarem do Governo a Liga das Famílias Católicas, de pendor fascista, e a populista Autodefesa, ficaram isolados e arriscam-se a permitir a vitória da Plataforma Cívica, formação da direita liberal, urbana, civilizada e europeísta.

A tradição autoritária é forte na Polónia. Os manos são o paradigma do País profundo, beato, retrógrado e rural. Têm, aliás, cumplicidades fortes no seio da Igreja e em vários extractos sociais. Mas, como diz o povo, não há mal que sempre dure.

Comentários

Anónimo disse…
òh xôr Esperança, isto de aceitar os resultados democráticos é quase tão dificil como respeitar quem discorda de nós,não?

Santa ignorância
Anónimo disse…
Xôr anónimo:

Eu sou democrata há meio século. E o senhor?

Sabe, por acaso, o que são convicções?

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