Juan Carlos é pinga-amor ou macho ibérico?
Um país não paga a ninguém para ser fiel à mulher mas, dadas
as circunstâncias em que o rei de Espanha assumiu o trono, está ferido de dupla
ilegalidade e sujeito a exigências maiores do que é aceitável noutro cidadão.
Foi imposto por um genocida e nunca foi sufragado pelo povo.
À infâmia da nomeação junta-se a ausência do voto democrático e o anacronismo
do carácter hereditário e vitalício das monarquias. No caso dele, foi herdeiro
do facínora Francisco Franco.
A possibilidade de ter tido casos
com 1500 mulheres devia ser um caso da vida privada, a fazer jus ao
proverbial apetite sexual dos Bourbon, mas não devia ser subvencionada tão generosamente
pela avultada pensão que recebe do Estado espanhol.
Andrew Morton, escritor inglês de créditos firmados nas
biografias polémicas de Diana e do ator Tom Cruise, escreve agora sobre a
família real espanhola no livro publicado sob o título «Ladies of Spain».
Não vou ler o livro nem interessa o que a família real faz
na cama, interessa o que o rei faz no País. Em certa medida, a concupiscência
do soberano é uma ajuda à República. Os espanhóis não são monárquicos, toleram
a monarquia com reflexos condicionados pelo medo interiorizado na guerra civil.
Quanto mais genros e filhas se apropriarem de fundos do Estado e quantas mais
noites de estúrdia folgar o rei D. Juan, que rivaliza e faz a síntese dos seus
homónimos de Honoré de Balzac e de Lorde Byron, mais fácil se torna a
restauração da República de Espanha.
A família Bourbon ainda vai dar muitas alegrias aos
republicanos, especialmente aos espanhóis.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
http://youtu.be/6O0zpmlEseY
Que asco - como é que um povo pode permitir isto e convencer-se de que vive em democracia?