O catlolicismo de madeira, pregos e martelo
Foto de El País |
Para preservar o equilíbrio mental fujo da televisão como Maomé do toucinho. Limito-me, com exceção de alguns canais temáticos, a ver notícias e em dose homeopáticas.
Distraído, vi, nesta sexta-feira pascal, um programa pornográfico, algures nas Filipinas, onde uma dezena de jovens se fez crucificar num ato obsceno de masoquismo místico. Sei, da psicologia, até onde podem levar as patologias e não entendo como o Vaticano não repudia o carácter bárbaro da exibição e aceita a tortura numa orgia de fé.
A superstição e os costumes estão na base da perpetuação das crenças. Uma tomada de posição, hostil à selvajaria perpetrada pelos constrangimentos sociais e clericais, pode conduzir ao desprezo da religião e ao desprestígio do catolicismo.
O furor que exalta a fé e exulta os crentes é um anacronismo selvagem que os bispos não reprimem e de que as multidões não prescindem.
Quando julgávamos que a humanidade tinha proscrito os sacrifícios rituais, eles teimam em continuar perante a demência dos crentes, a cobardia dos bispos e a apatia divina. As flagelações que extasiavam o franquista Josemaria Escrivá são muito apreciadas no Céu, a ponto de converter um fascista num santo, pobres diabos num divertimento de créus e uma multidão de fanáticos na admiração do clero.
Que mundo estúpido. O homem fez deus à sua imagem e semelhança, com os piores defeitos. Não há perdão para o sofrimento inútil, perante o silêncio dos bispos, o gáudio da populaça e a indiferença de Deus.
Comentários
Será que CE está catatónico? Acredito piamente (abrenúncio) que isto de ser guardião republicano, ateu e socialista (não necessariamente por esta ordem) comporta riscos. Nada que o corrector ortográfico não ajude…